A Selene grega, a Lua romana ou a Jaci tupi, não importa qual delas,
porque elas são a mesma joia prateada que ilumina as noites e mexe com o
imaginário do homem desde o princípio dos tempos. Astrólogos, astrônomos,
feiticeiros, cientistas e românticos vivem sem ela que cumpre seu ciclo de 28
dias mudando de forma e desaparecendo para voltar sempre esplendorosa.
A corrida espacial entre Estados Unidos e União Soviética foi ganha pelos
soviéticos: em 4 de outubro de 1957
lançaram o Sputinik, primeiro satélite artificial do mundo, como parte dos festejos do Ano Internacional
da Geofísica. E pouco menos de um mês depois (3/11) eles colocaram no espaço o
Sputinik II levando a bordo a cadela Laika, primeiro ser vivo no espaço. O
destino de Laika não foi dos melhores: morreu algumas horas depois do
lançamento e o satélite queimou na atmosfera em 4 de abril de 1958 após dar
2.570 voltas ao redor da Terra.
A morte de Laika, uma vira-lata
moscovita, não foi em vão: graças a ela provou-se que era possível a um ser
vivo tolerar por bastante tempo a uma gravidade zero. Os americanos escolheram
para ir ao espaço chimpanzés. Os animais foram escolhidos pela semelhança
fisiológica com os seres humanos como por sua inteligência e “treinados para
executar tarefas manuais razoavelmente complexas quando solicitados”. Tom Wolfe
conta que os animais eram da África Ocidental, onde haviam sido capturados
ainda jovens e transportados para o deserto do Novo México.
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A imprensa logo esqueceu Ham,
pois alguns meses depois as manchetes foram para o soviético Yuri Gagarin (1934-1968), o primeiro homem a viajar
pelo espaço, feito realizado em 12 de abril de 1961. A proeza obscureceu a
primeira missão tripulada do Projeto Mercury, programada e realizada em maio de
1961 pelo astronauta Alan Shepard Jr. (1923-1998), que mal enxergou a paisagem e o pouco que viu foi em preto e branco. Graças a Gagarin ficamos sabendo que "A Terra é azul".
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