Desde o momento em que se ergueu e deu os primeiros passos, o Homo
sapiens sempre quis algo mais. E em algum momento desejou voar como os
pássaros. A mitologia grega tem Dédalo e Ícaro – pai e filho prisioneiros no
Labirinto que o primeiro criou para o rei Minos de Creta. Dédalo fez asas de
penas que, presas aos ombros com cera, permitiriam a fuga de ambos da ilha. Ele
instruiu o filho a não voar muito alto porque o calor do sol derreteria a cera
e nem muito baixo, pois nesse caso a umidade tornaria as asas muito pesadas. Entretanto,
o jovem (ah! os jovens!) arrebatado com a proeza, voou em direção ao sol. A
cera derreteu e Ícaro despencou no mar Egeu, que se tornou o mar de Ícaro.
Esse sonho continuou acalentando a humanidade. Leonardo Da Vinci
(1459-1519) projetou o ornitóptero, um equipamento dotado de asas acopladas aos
braços. Ficou no papel. O padre santista Bartolomeu de Gusmão (1685-1724)
também não resistiu ao sonho de voar: criou a passarola que apresentou à corte
portuguesa. Houve vários problemas, mas o padre conseguiu mostrar que o balonete
podia voar. Ainda se passariam séculos antes que em uma sintonia interessante o
brasileiro Alberto Santos Dumont e os irmãos Wright, dos Estados Unidos, se
debruçassem no problema de fazer voar um dirigível mais pesado do que o ar. Em
1901 Alberto Santos Dumont (1873-1932) mostrou seu trabalho em Paris, quando
contornou a Torre Eiffel e ganhou o prêmio Deutsch por seu feito, tornando-se
famoso na Europa. Sessenta e oito anos depois Neil Armstrong (1930-2012), Buzz
Aldrin (1930) e Michael Collins (1930) embarcavam na maior aventura humana de
todos os tempos. Destino: a Lua.
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