Ao
passar pela abandonada Rua Dom José de Barros, o prédio chamou atenção por
estar com pintura nova, mas de perto as coisas mudam porque o térreo está
inteiramente pichado. Eu já ia perguntar ao zelador de um prédio, que me olhava
desconfiado, o que funcionava ali, quando vi o cartaz de “Filmes adultos”.
Parece que nesse prédio funcionou a sede central do Clube Pinheiros até que em
14 de dezembro de 1951 deu lugar ao Cine Jussara, inaugurado com o filme
“Conflitos de Amor”, de Max Ophuls. Em julho de 1967 passou a se chamar Cine
Bruni e, finalmente, em 1976 se tornou o Dom José.
Rua Dom
José Gaspar, 306.
Neste
belo prédio, foi inaugurado em dezembro de 1957 o CINE PAISSANDU com a exibição
de “Guerra e Paz” (1956), de King Vidor. A sala dispunha de 2196 lugares ‒
plateia e dois balcões! Revestido de mármore, no saguão havia um painel de 15
metros ilustrado com danças típicas nacionais e o acesso ao balcão superior era
também por elevador.
Largo
do Paissandu, 60.
Impossível
não parar para observar o prédio do CINE MARABÁ, inaugurado em 15 de maio de
1945 com o filme “Desde que Partiste” (1944), de David Selznick. Linhas
elegantes e sóbrias, ele funcionou ininterruptamente por 63 anos. Era
propriedade do empresário Paulo de Sá Pinto.
A Playarte, exibidora atual, investiu no restauro do cinema que, em vez
da sala de 1695 lugares dos tempos da inauguração, agora tem cinco
salas ‒ a maior com 430 assentos e as menores oferecem entre 122 e 176 lugares.
Avenida Ipiranga,
757.
“Tarde demais para esquecer”, de Leo
McCarey foi o primeiro filme exibido no CINE OLIDO, inaugurado em 13 de
dezembro de 1957 com 1339 lugares. Foi o primeiro cinema a funcionar em uma
galeria. Reformado em 1980, teve a sala única dividida em três, mesmo assim
fechou em 2001. A prefeitura de São Paulo o restaurou e reabriu o cinema em 2004. OLIDO é o resultado
da junção dos nomes do proprietário do prédio Domingos Fernando Alonso e de sua esposa Olívia. Domingos, imigrante espanhol, era proprietário de vários
cinemas. No Edifício Galeria Olido funcionou a sede da COSIPA, Companhia Siderúrgica Paulista.
Fotos: Hilda Prado Araújo.
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