quarta-feira, 20 de novembro de 2019

CONVERSA FIADA


"Quem avisa, amigo é" pede passagem.
Essas caminhadas pelo Centro Novo têm sido muito interessantes. Logo na primeira tarde, na Rua Barão de Itapetininga, um gaiato já foi me alertando para o perigo de tirar fotos “no pedaço”. Com um muxoxo fui dizendo que, se fosse assim, não se faria nada na vida. Recebo apoio do vendedor da loja que me observava. 
Mais adiante perguntei ao zelador do prédio o nome da Galeria dos Brinquedos ‒ já que essa evidentemente não é a denominação oficial. EDIFÍCIO CLAUDINA, responde, apontando para uma placa acima de nossas cabeças. “Não está escrito lá”. Ele ficou surpreso, mas garantiu que esse era o nome e me encaminhou para a outra portaria, onde a funcionária confirmou, mas disse que também era conhecida como GALERIA ITAPETININGA. O problema foi resolvido mais tarde: “ela foi construída pela junção de dois edifícios independentes, interligados por um terceiro bloco”, segundo dissertação de metrado de Cynthia Augusta Aleixo (USP/São Carlos), que consultei.
Distraída como sempre, entro no EDIFÍCIO GUILHERME GUINLE que julgava ser a antiga sede dos Diários Associados para confirmar. Os funcionários já sabem de cor a história do prédio, contaram alguns “causos” e me avisaram que havia uma pequena placa na fachada sobre a importância do edifício. Lembro que para saber mais das estripulias de Chateaubriand devo consultar o livro de Fernando Moraes.
Avenida São João. Tenho vaga lembrança de que a COSIPA teve escritório no EDIFÍCIO OLIDO. Há uma banca em frente ao prédio, vejo que o dono é idoso e pergunto sobre a COSIPA. Fala dos bons tempos, dos presidentes da companhia que frequentaram a banca e garante que ainda mantém contato com Plínio Assmann. Ele conta algumas histórias e nos despedimos. Parece triste com as lembranças dos “bons tempos”.
Pedaços de metal, embalagens de papelão e toda a quinquilharia imaginável com valor no comércio do ferro-velho ou mercado de recicláveis, eles carregam em seus carrinhos toscos. Desde cedo são vistos pelas ruas da cidade, sem se preocupar com trânsito ou ladeiras, sol ou chuva. Geralmente, acompanhados por um ou dois cães. Às vezes tentam se fazer ouvir em meio ao caos. 
 “Os catadores sempre fizeram muito mais do que todos os ministros do meio ambiente.” É o que diz a inscrição na carroça politizada.

Domingo, Avenida São João: carroça bem estacionada e Português bem razoável.

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