João Crispiniano
Soares (1809-1876) foi professor da Faculdade de Direito, delegado de polícia e
político. Quando começou a Guerra do Paraguai, organizou o batalhão de
voluntários paulistas (7º Batalhão) para o combate. A cidade o homenageou
em 1916, atribuindo o nome dele a uma pequena, mas importante rua do Centro Novo: Conselheiro Crispiniano.
Infelizmente, a Rua Conselheiro Crispiniano vem sendo emporcalhada pela ação
insana dos pichadores, muito ativos no Centro Histórico. Ela foi um reduto do comércio de material fotográfico em
geral ‒ filmes (ah!), máquinas e acessórios fotográficos etc. Quem não se lembra da PITER, uma loja de roupas, que funcionou na esquina com a Praça Ramos de
Azevedo nas décadas de 1970/1980? Hoje o prédio transformou-se numa grande garagem.
Quem se admira com o Theatro Municipal, deve
caminhar um pouco mais para conhecer o PAÇO DAS ARTES, uma extensão moderna do
teatro e que engloba o antigo Conservatório Dramático e Musical de São Paulo. O
projeto do Paço é do arquiteto Marcos Cartum em parceria com o escritório
paulistano Brasil Arquitetura, de Francisco Fanucci e Marcelo Ferraz. Ganhou os prêmios APCA e ICON AWARDS. A Sala do Conservatório é sede oficial do
Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo e também recebe diversas
apresentações de música de câmara, contemporânea, pequenas orquestras e corais.
Ao lado, esperando a vez para ser restaurado, o memorável
Cine Marrocos, que em 25 de janeiro de 1951 era “o melhor e mais luxuoso da
América do Sul”, como dizia o seu anúncio. Capacidade para duas mil
pessoas; tela de vidro; sala de espera revestida de espelhos,
enquanto o átrio tinha uma fonte luminosa. Um bar com mesas e cadeiras era um
lugar aprazível para aguardar o início da sessão tomando café ou para esperar amigos. Projeto
de João Bernardes Ribeiro. Inaugurado com o filme “Memórias de um médico”
(1949), dirigido pelo russo Gregory Ratoff (1897-1960) e elenco encabeçado por Orson
Welles (1915-1985).
O antigo Cine Metro
(Avenida São João, 791) tem uma saída pela Rua Timbiras, um prédio branco que logo identifiquei como um cinema. Soube que era o Metro, inaugurado
em 1938, como o filme “Melodia na Broadway”, com Judy Garland. Na época, era um
dos cinemas mais luxuosos da cidade; os técnicos da Metro Goldwyn vieram a São Paulo
para instalar os projetores e os amplificadores de som; a sala dispunha de 1605
lugares e as poltronas eram de couro. Fechou em fevereiro de 1997. Atualmente, no local funciona uma igreja evangélica.
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