terça-feira, 5 de novembro de 2019

ENFIM, A PRAÇA RAMOS.

  A empresa canadense, popularmente conhecida como LIGHT*, comprou a área do Teatro São José destruído em um incêndio para construir a sede e centralizar a administração. O projeto é dos arquitetos norte-americanos Preston & Curtis, enquanto a obra foi realizada entre 1926 e 1929 pela SEVERO, VILLARES & CIA. LTDA., com a participação do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo. Em homenagem ao presidente da empresa o prédio em estilo eclético ganhou o nome de ALEXANDRE MACKENZIE. Em 1941 ele foi ampliado. No final da década de 1970 a empresa foi estatizada pelo governo federal; na década seguinte o governo do Estado de São Paulo comprou a parte paulista e criou a Eletropaulo** e o prédio passou para o Estado. Em 1984 foi tombado pelo CONDEPHAAT como monumento de interesse arquitetônico e, após restauro, desde 1999 é o endereço do Shopping Light. O edifício ALEXANDRE MACKENZIE tem 29.720 metros quadrados, 50 metros de altura e nove andares. Embora o  endereço do prédio não seja a praça, ele é um referencial.  

Rua Coronel Xavier de Toledo, 23.


Aos poucos a região foi mudando com o impulso dado pela Rua Barão de Itapetininga. Ao lado do teatro foi erguido o Edifício Glória (1928) reforçando a elegância à praça. Na década de 1930, o Ba        nco do Estado de São Paulo (BANESPA) mandou construir a sede no terreno em frente ao Theatro Municipal, mas a administração do banco mudou de ideia. Preferiu manter-se na região do triângulo (Centro Velho) e trocou o prédio novo (bem feioso, por sinal) pelo palacete da Travessa do Rosário que pertencera a João Brícola (1853-1914), tesoureiro (ou contador) da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e que ao morrer deixou seus bens para a instituição.
  Até hoje o prédio ‒, projeto do arquiteto Elisário Bahiana (1891-1980), pertence à Santa Casa de São Paulo que homenageou João Brícola dando o nome dele à propriedade. Quando ficou pronto em 1939, o Mappin (Casa Anglo-brasileira) instalou-se no EDIFÍCIO JOÃO BRÍCOLA, que acabou se tornando o novo endereço elegante em São Paulo. Este foi o terceiro endereço do Mappin; fundado em 1913, já era uma casa tradicional. Além de vender objetos do desejo dos ricos, o Mappin abriu um refinado salão de chá que esvaziou a Confeitaria Vienense. Ali, a loja fez história e permaneceu até setembro de 1999, quando faliu. Do Mappin sobrou o relógio. O relógio, que marcou os tempos que não voltam, foi obra da empresa familiar Vitaliano Michelini (1908-1969), especializada em fazer relógios grandes para espaços públicos como igrejas e ferrovias. Continua firme a ajudar o paulistano do século XXI a não se atrasar para os compromissos.
Viaduto do Chá, a praça Ramos  e os edifício Alexandre Mackenzie, João Brícola e o Theatro Municipal.
A foto foi tirada do Sampaio Moreira, o primeiro arranha-céu de São Paulo, outra joia da arquitetura paulistana. 
 Em 1938 o Viaduto do Chá não suportava mais o trânsito intenso da área e foi demolido para a construção do atual em concreto armado e com o dobro da largura do original. 

        O nome
 da Praça Ramos de Azevedo foi oficializado pela Lei nº 3.205, de 26 de julho de 1928.

Fotos: Hilda Araújo. 

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