O arquiteto Oscar Niemeyer criou no
final da década de 1950 o Edifício Galeria Califórnia, cuja modernidade causou
um impacto na Rua Barão de Itapetininga. Acho que poderíamos até dizer que as galerias
foram precursoras dos shoppings centers e boa parte delas funciona como
passagens de uma rua para outra. Na década seguinte, Maria Berdelli e Ermanno
Siffredi, arquitetos italianos emigrados no pós-guerra, fizeran o projeto de
outra galeria cujo charme continua intacto até hoje: a GALERIA NOVA
BARÃO, inaugurada em 1962
A Galeria Nova Barão, propriedade
particular, é a céu aberto e tem dois níveis. O acesso ao piso superior é por
escada rolante coberta. O calçamento de pedras portuguesas formando ondas
lembra as calçadas da Praça do Rocio em Lisboa que o Rio de Janeiro copiou.
Comércio variado atrai o frequentador do Centro: lanchonetes, salão de
cabeleireiro, relojoarias, joalherias, sebos, sapatarias, ópticas, lotérica
etc. Do piso superior pode-se observar com tranquilidade os pedestres da Barão
de Itapetininga apressados, os vendedores ambulantes, os prédios antigos e o
Theatro Municipal. Bancos estrategicamente colocados são um convite para uma
pausa. Na entrada pela Rua Sete de Abril há uma pequena fonte. Nas fachadas destacam-se
murais criados pelo artista plástico italiano Bramante Buffoni (1912-1989) ‒ o
da entrada da rua Barão de Itapetininga pode ser visto da Praça Ramos. O
edifício, por sua vez, é baixo e está dividido em dois blocos de escritórios
(Rua Sete de Abril) e dois, residenciais (Rua Barão de Itapetininga) e todos
têm a frente voltada para o interior da galeria.
Maria Berdelli e Ermanno Siffredi em 1963 fizeram o projeto do
Centro Comercial Grandes Galerias, que há alguns anos todo mundo conhece como
a GALERIA DO ROCK. Na minha modestíssima opinião, a mais
bonita e agradável de todas. Ventilação e luz natural são garantidas pelos”
janelões” que se abrem para a rua Vinte e Quatro de Maio e Largo do Paissandu e
funcionam até como belvederes para uma paisagem que se amplia à medida que se passa
de um andar para outro.
O piso nas cores preto cinza, marrom e rosa claro, criado por
Bramante Buffoni, tem um papel de destaque no conjunto: o desenho muda a cada
andar, formando um jogo para quem observa a galeria do último piso o outro
achado é a abertura ovalada entre os andares, permitindo que as pessoas tenham
uma visão do interior do prédio. Melhor do que ler uma descrição é ir conferir
pessoalmente, sem contar que o espaço reúne pessoas de todas as idades e
diferentes tribos. Há 37 anos em Sampa nunca tinha ido lá. Amei. Avenida São João, 439/ Largo do Paissandu / Rua Vinte e Quatro de Maio.
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