Oscar Niemeyer
criou no final da década de 1950 o moderno Edifício Galeria Califórnia que
mexeu com a Rua Barão de Itapetininga, mas na década seguinte, um casal de arquitetos
italianos emigrados no período pós-guerra fez o projeto de outra galeria cujo
charme continua intacto até hoje. A GALERIA
NOVA BARÃO, inaugurada em 1962, funciona como uma via de ligação entre as
Ruas Barão de Itapetininga e Sete de Abril. Ela foi criada por Maria Berdelli e
Ermanno Siffredi, que deixaram a Itália para tentar a vida no Brasil. Começaram
no Rio de Janeiro e mudaram para São Paulo, onde tiveram uma atuação importante
e deixaram um belo legado.
A Galeria Nova Barão, propriedade particular, é a céu aberto e
tem dois níveis. O acesso ao piso superior é por escada rolante coberta. O calçamento
de pedras portuguesas formando ondas lembra as calçadas da Praça do Rocio em
Lisboa que o Rio de Janeiro copiou. Comércio variado atrai o frequentador do
Centro: lanchonetes, salão de cabeleireiro, relojoarias, joalherias, sebos,
sapatarias, ópticas, lotérica etc. Do piso superior da galeria se pode observar
com tranquilidade os pedestres apressados a caminho de algum lugar, os
vendedores ambulantes, os prédios antigos e à direita o Theatro Municipal. Bancos
estrategicamente colocados são um convite para uma pausa. Na entrada pela Rua Sete
de Abril, há uma pequena fonte. Nas fachadas há um mural criado pelo artista
plástico italiano Bramante Buffoni (1912-1989) ‒ o da entrada da Sete de Abril
pode ser visto da Praça Ramos. O edifício, por sua vez, é baixo e está dividido
em dois blocos de escritórios (Rua Sete de Abril) e dois, residenciais (Rua
Barão de Itapetininga) e todos têm a frente voltada para a galeria.
Vale a pena caminhar em direção à Praça da República para visitar a Livraria Francesa, há mais de 72 anos no mesmo
endereço: térreo do prédio 275 da Barão de Itapetininga. Ela foi fundada em 27 de julho de 1947 pelo engenheiro francês Paul
Monteil, que veio com a família para o Brasil em 1937 para dirigir o setor
têxtil da Rhodia. No final da II Guerra, ele deixou a empresa resolveu realizar o sonho de ser
editor e livreiro. Atualmente, a livraria é dirigida por uma neta de Paul Monteil. Ele faleceu em 2005. Fotos: Hilda P. Araújo.
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