ENTRUDO FAMILIAR, do pintor inglês AUGUSTUS EARLE (1793-1838), que viajou pelo Brasil entre 1820 e 1824. |
O carnaval veio
para o Brasil com os portugueses, os africanos quando foram trazidos para a
Colônia gostaram e deram à festa um caráter especial e o entrudo conquistou
todas as camadas sociais a ponto de infernizar a vida nas cidades. O professor
Luiz Felipe de Alencastro (UNICAMP) conta que foi uma trupe italiana falida de
passagem pelo Rio de Janeiro que inventou o Carnaval de salão carioca por volta
dos anos 1840. “Separou-se a festa da rua, popular e negra, embora de origem
portuguesa ‒ o entrudo ‒, da festa de salão branco e segregado, o Carnaval.” A Companhia
Lírica Italiana, sem dinheiro, resolveu promover um carnaval veneziano de
máscaras no Teatro São Januário para levantar um dinheiro. Foi um sucesso. A
imprensa aplaudiu, afinal “é mais próprio de um povo civilizado e menos
perigoso à saúde” (Jornal do Commercio). Explica-se assim a presença de
Pierrôs, Colombinas e Arlequins, personagens da commedia dell’arte no Carnaval. Clubes passaram a organizar os
bailes. São Paulo aderiu à moda no verão de 1856.
A
separação não diminuiu o entusiasmo do povo, que continuou por muito tempo
ainda se divertindo com as laranjinhas.
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