Carnaval Carioca (1923)
a Manuel Bandeira
a Manuel Bandeira
A fornalha estrala em mascarados cheiros silvos
Bulhas de cor bruta aos trambolhões
Setins sedas cassas fundidas no riso febril…
Brasil!
Rio de Janeiro!
Queimadas de verão!
E ao longe, do tição do Corcovado a fumarada das nuvens pelo céu.
Bulhas de cor bruta aos trambolhões
Setins sedas cassas fundidas no riso febril…
Brasil!
Rio de Janeiro!
Queimadas de verão!
E ao longe, do tição do Corcovado a fumarada das nuvens pelo céu.
Carnaval…
Minha frieza de paulista
Policiamentos interiores,
Temores da exceção…
E o excesso goitacá pardo selvagem!
Cafrarias desabaladas
Ruínas de linhas puras
Um negro dois brancos três mulatos, despudores…
O animal desembesta aos botes pinotes desengonços
No heroísmo do prazer sem máscaras supremo natural.
Tremi de frio nos meus preconceitos eruditosMinha frieza de paulista
Policiamentos interiores,
Temores da exceção…
E o excesso goitacá pardo selvagem!
Cafrarias desabaladas
Ruínas de linhas puras
Um negro dois brancos três mulatos, despudores…
O animal desembesta aos botes pinotes desengonços
No heroísmo do prazer sem máscaras supremo natural.
Ante o sangue ardendo do povo chiba frêmito e clangor
Risadas e danças
Batuques maxixes
Jeitos de micos piricicas
Ditos pesados, graça popular…
Ris? Todos riem…
(...)
"Arcos da Lapa", de Heitor dos Prazeres (1898-1966). |
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