Em
1970, quando estava no último ano do Curso de Jornalismo, comecei a estagiar no
Jornal CIDADE DE SANTOS exatamente no dia 6 de abril, também uma
segunda-feira. Não lembro quem era o chefe de reportagem, mas
a entrevista para o estágio foi com Argemiro De Paula,
na semana anterior. A sugestão para fazer o estágio foi de Nilton Tuna, colega de classe e
que já trabalhava no jornal. Deve ter sido difícil na ocasião superar a timidez,
minha principal característica, o que naturalmente não escapou à observação de
De Paula. Ao me despedir, não sei como, ele deu
um jeito de colocar um grampeador dentro da minha bolsa. Já estava perto de casa, quando descobri o objeto
estranho, e sem entender como ele fora parar lá, voltei
imediatamente à
redação para devolvê-lo. De Paula não
esperou que eu saísse para espalhar o resultado da brincadeira, a primeira de muitas
que fizeram (De Paula, João Sampaio, Alci e Itamar) até que um dia superei a
timidez.
Idos de 1970: plantão de fim de semana na redação à procura de notícia. |
E como era praxe, nos primeiros dias, o foca acompanhava um
jornalista para aprender a rotina do jornal e
a premiada para a tarefa foi Ercília Feitosa.
A pauta era sobre o Dia Mundial da Saúde (7 de abril) e lá fomos nós duas à
secretaria municipal, ocupada pelo médico Áureo Rodrigues, para saber da programação para
a data e outros que tais. Faz tempo, hein, Ercília? Fui contratada em 1º de maio de
1970, junto com o repórter fotográfico Mario Tadei, o italiano.
Alguém já disse
que se você fizer o que gosta, não trabalhará nunca. Acho que é verdade. Claro
que houve dias de tormenta, que fazem parte da vida. No CIDADE DE SANTOS, aprendi
com grandes profissionais, fiz grandes amigos, muitos dos quais me incentivaram
a explorar mais a fundo o fantástico mundo da literatura, do cinema e do teatro
(principalmente Elaine Saboya, Roberto Peres e Zezé Gonçalves). Como ainda
estudava música, Eduardo Leite sempre aparecia com novas gravações de
compositores eruditos. Zezé Gonçalves, com suas viagens e as narrativas de suas
aventuras pelo mundo, foi (e continua sendo) o meu modelo.
Enfim, comemoro
50 anos de profissão. Uma profissão que me deu prazer, algumas vezes exigiu
sacrifícios, mas principalmente me proporcionou ao longo do caminho um grande
aprendizado e amigos maravilhosos.
A comemoração, como não poderia deixar de ser, será em casa.
A comemoração, como não poderia deixar de ser, será em casa.
(De Paula, João Sampaio, Alci, Eduardo Leite, Roberto Peres e Itamar, infelizmente, já faleceram.)
5 comentários:
Comadrecita,ja somos amigas há 50 anos. Sua narrativa de aprendizadi foi bem a minha. A exceção foi o grampeador. Também fui registrada no dia primeiro de maio. Na chefia estavam o Lisita e o Jacaré (não me lembro o nome dele.
O Lisita foi quem me admitiu e o Jacaré me demitiu por causa de uma matéria sobre uma festa junina, na ZNO.
Minha amiga,foram muitas aventuras partilhadas naqueles anos juvenis. Especialmente enchentes. A história da festa junina ficou famosa, mas felizmente recuperaram o juízo e a readmitiram em seguida, afinal a matéria tinha um sabor bem brasileiro e só tolos poderiam se melindrar. Forte abraço.
Parabéns, Hilda. Fico feliz por ter acompanhado uma pequena parte desses 50 anos de exercício do bom jornalismo. Bjo.
Parabéns pelos seus 50 anos de militância nessa instigante profissão, cuja data, antecede ao dia do jornalista (7 de Abril). Júlio Cesar, imperador Romano, marketeiro militante, criando o ACTA DIURNA newsletter palaciano, já informava o povo sobre suas leis e taxação de impostos (abusivos). Continuo aguardando o projeto do seu novo livro sobre viagens e curiosidades de terras distantes.
Um fraternal abraço... dessa vez não me queixei de artroses, e outras mazelas da pior idade !!!!!
Obrigada, Serginho. Obrigada, José Carlos. Hoje, 7/4/2020, comemora-se o dia do jornalista. Como podemos notar, a ACTA DIURNA continua atual: os impostos mantêm-se altos. Se houver um novo livro, avisarei. Beijos para meus dois grandes amigos.
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