Médicos! Ah! Os
médicos! Há quem os ame. Há quem abomine, mas na hora do aperto todos recorrem
a esse profissional que cuida dos simples mortais ignorantes do que se passa em
suas entranhas. É verdade que muitas vezes se veem lidando com situações que
lhes são obscuras, mas que nem por isso deixam de enfrentar e fazem o melhor
que podem para aliviar o sofrimento dos enfermos. No momento, eles estão na
linha de frente combatendo o novo Coronavírus 19.
Dois médicos
brasileiros foram amados especialmente pela população: no Rio de Janeiro,
Miguel Couto (1865-1934), em São Paulo, Arnaldo Vieira de Carvalho (1867-1920).
Miguel Couto e Arnaldo Vieira de Carvalho tiveram origens muito diferentes, mas
trabalharam com o mesmo empenho pelo desenvolvimento da medicina e a
modernização do ensino no Brasil.
Os mais velhos primeiro.
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O médico carioca tinha consultório particular, visitava os pacientes em
casa, trabalhava na Santa Casa, lecionava na Faculdade de Medicina e ainda
passou pela política concentrando suas ações na educação. Clínico geral, ele começou
pesquisando a febre amarela e como professor implantou várias inovações. É
célebre a conferência que fez na Associação Brasileira de Educação em 1927 e
que serve como uma luva para os dias que correm:
“A ignorância é uma calamidade pública como a guerra, a peste, os
cataclismos, e não só uma calamidade, como a maior de todas, porque as outras
devastam e passam, como tempestades seguidas de céus de bonança; mas a
ignorância...”
[...]
A educação do povo é o nosso primeiro problema nacional; primeiro porque
o mais urgente; o primeiro porque resolve todos os outros; primeiro, porque
resolvido, colocará o Brasil a par das nações mais cultas, dando-lhe proventos
e honrarias e lhe afiançando a prosperidade e segurança; e se assim fez-se o
primeiro, na verdade se torna o único.”
Enfim, ele resumiu a questão muito bem no título da palestra: “No Brasil,
só há um problema nacional: a educação do povo.”
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(Primeira página do DIÁRIO CARIOCA, Fundação Biblioteca Nacional.)
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