sexta-feira, 10 de abril de 2020

CONFINAMENTO E O EXPRESSO ORIENTE


Istambul. Manhã tórrida. Caminho por uma rua estreita e movimentada. Gente e veículos ainda dividem o espaço com um bonde. Chego ao porto de onde partem os barcos para Uskudar, no continente asiático, meu destino. Antes faço uma visita à gare moderna onde fica a antiga estação terminal do luxuoso Orient Express (Expresso Oriente). O trem fez a rota Paris-Istambul no século passado até 1977. Agatha Christie, Ian Fleming e Graham Green escreveram histórias tendo o trem como cenário e o cinema trilhou o mesmo caminho. Ao longo dos anos o itinerário do Expresso Oriente mudou muito, especialmente, por questões políticas.
         A velha sala de espera está vazia; alguns garçons circulam à espera de clientes no restaurante, onde mesas cobertas com toalhas e louça brancas mais parecem peças de um cenário abandonado. Visito um pequeno museu ferroviário no fundo da estação moderna. Uma funcionária atenciosa dá informações sobre os objetos em exibição. Entre as raridades um gato cochila tranquilamente. Um cartaz no saguão informa que à noite haverá uma apresentação de dervixes rodopiantes (confraria religiosa muçulmana que virou atração turística). Num cercado na parte externa da estação, encontra-se uma velha locomotiva do Oriente Expresso. Tempo de pegar o barco para atravessar o Bósforo.


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Difícil fotografar a locomotiva entre as grades da cerca e com um garoto tentando roubar minha bolsa.


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