quarta-feira, 17 de junho de 2020

LIVROS, SEMPRE LIVROS.



Não gosto da pergunta que geralmente fazem sobre o melhor livro que você já leu, o melhor filme que assistiu, a melhor música... E assim por diante. Como eu costumo dizer todo livro contribui de alguma forma para a sua formação. Não sou amante de poesia, mas amo Luís de Camões e Fernando Pessoa.
Aos sete anos fui para a Escola Portuguesa, em Santos, onde aprendíamos um pouco de história e poesia portuguesas, tudo adaptado para a idade do público. Seria mentira dizer que foi naquela época que aprendi a gostar do poeta. Acho que nem entendia, mas guardei a história de Inês de Castro que muito mais tarde me levou a ler Camões. Fernando Pessoa foi amor à primeira vista a ponto de deixar de comprar um vestido maravilhoso para adquirir a obra completa que um vendedor de livros me ofereceu... Sem arrependimento. O vestido teria saído de moda, os livros tenho até hoje bem manuseados.
Na continuidade dessas memórias literárias, angustiante separar alguns títulos quando há tantos e tantos livros maravilhosos lidos e relidos ao longo desses anos.
Monteiro Lobato me apresentou à mitologia Greco-romana e foi um passo para explorar os clássicos como a “Odisseia’ de Homero, uma edição infanto-juvenil que infelizmente se perdeu em algum momento”. Quantas tardes lendo Charles Dickens ‒ Grandes Esperanças, David Copperfield e Oliver Twist...
“Três tristes tigres”, do cubano Guillermo Cabrera Infante, foi uma indicação da professora de espanhol. Numa linguagem muito peculiar revela através de personagens inesquecíveis a vida e a cultura cubana pré-revolução. O primeiro livro de Eça de Queirós, se não me falha a memória, foi “A Cidade e as Serras”, leitura obrigatória para o vestibular (naquela época era redação, nada de múltipla escolha), li outros e entre estes amei “A relíquia”.  
Um livro fascinante? “Outra volta do Parafuso”, de Henry James, provavelmente indicado por algum amigo. Nas aulas de espanhol, um texto selecionado pela professora, uma argentina maluca, chamou minha atenção e ela recomendou o livro  “Três Tristes Tigres”, do cubano Guillermo Cabrera Infante. Da professora mal lembro nome (Liliana?), mas a obra, inesquecível.  
Não podia deixar de fora o mineiro Guimarães Rosa e seu maravilhoso “Grande Sertão: Veredas”. E chegando outra vez ao fim da brincadeira proposta, novamente, o sofrimento da escolha. Qual? Shakespeare? George Orwell, Sófocles? Semprún? Doris Lessing? Albert Camus? Machado de Assis? Mário de Andrade e seu Macunaíma? Mishima? Então escolhi “Os Caminhos da Liberdade”, trilogia de Jean-Paul Sartre (“A Idade da Razão”, “Sursis” e “Com a Morte na Alma”). A obra narra os conflitos íntimos de um professor num período conturbado da História, suas decisões pessoais, o seu envolvimento involuntário em situações que lhe são indiferentes e a mudança de atitude, comprometendo-se com a luta pela liberdade.  
A brincadeira do desafio literário não tem fim. E saio dela decidida a ler “Avalovara”, do Osman Lins, sempre adiado, e conhecer Campos de Carvalho e sua “Vaca de Nariz Sutil”, que meu amigo Nilton ama.








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