Não gosto da
pergunta que geralmente fazem sobre o melhor livro que você já leu, o melhor
filme que assistiu, a melhor música... E assim por diante. Como eu costumo
dizer todo livro contribui de alguma forma para a sua formação. Não sou amante
de poesia, mas amo Luís de Camões e Fernando Pessoa.
Aos sete anos fui para a Escola Portuguesa,
em Santos, onde aprendíamos um pouco de história e poesia portuguesas, tudo
adaptado para a idade do público. Seria mentira dizer que foi naquela época que
aprendi a gostar do poeta. Acho que nem entendia, mas guardei a história de
Inês de Castro que muito mais tarde me levou a ler Camões. Fernando Pessoa foi
amor à primeira vista a ponto de deixar de comprar um vestido maravilhoso para
adquirir a obra completa que um vendedor de livros me ofereceu... Sem
arrependimento. O vestido teria saído de moda, os livros tenho até hoje bem
manuseados.
Na continuidade dessas memórias
literárias, angustiante separar alguns títulos quando há tantos e tantos livros
maravilhosos lidos e relidos ao longo desses anos.
Monteiro Lobato me apresentou à mitologia
Greco-romana e foi um passo para explorar os clássicos como a “Odisseia’ de
Homero, uma edição infanto-juvenil que infelizmente se perdeu em algum
momento”. Quantas tardes lendo Charles Dickens ‒ Grandes Esperanças, David
Copperfield e Oliver Twist...
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Um livro fascinante? “Outra volta do
Parafuso”, de Henry James, provavelmente indicado por algum amigo. Nas aulas de
espanhol, um texto selecionado pela professora, uma argentina maluca, chamou
minha atenção e ela recomendou o livro ‒ “Três Tristes Tigres”, do cubano Guillermo
Cabrera Infante. Da professora mal lembro nome (Liliana?), mas a obra,
inesquecível.
Não podia deixar de fora o mineiro Guimarães
Rosa e seu maravilhoso “Grande Sertão: Veredas”. E chegando outra vez ao fim da
brincadeira proposta, novamente, o sofrimento da escolha. Qual? Shakespeare? George
Orwell, Sófocles? Semprún? Doris Lessing? Albert Camus? Machado de Assis? Mário
de Andrade e seu Macunaíma? Mishima? Então escolhi “Os Caminhos da Liberdade”,
trilogia de Jean-Paul Sartre (“A Idade da Razão”, “Sursis” e “Com a Morte na
Alma”). A obra narra os conflitos íntimos de um professor num período
conturbado da História, suas decisões pessoais, o seu envolvimento involuntário
em situações que lhe são indiferentes e a mudança de atitude, comprometendo-se com
a luta pela liberdade.
A brincadeira do desafio literário não tem fim. E saio dela decidida a ler “Avalovara”, do Osman Lins, sempre adiado, e conhecer Campos de Carvalho e sua “Vaca de Nariz Sutil”, que meu amigo Nilton ama.
A brincadeira do desafio literário não tem fim. E saio dela decidida a ler “Avalovara”, do Osman Lins, sempre adiado, e conhecer Campos de Carvalho e sua “Vaca de Nariz Sutil”, que meu amigo Nilton ama.
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