Acho que ele faz parte do
mundo das fábulas: é um pato com características muito humanas. Hoje ele está
comemorando 86 anos e, se o tempo não lhe deixou marcas nessas oito décadas com
certeza ele marcou a vida de várias gerações de crianças do mundo todo. Donald
Fauntleroy, o nome completo do Pato Donald, é o meu personagem preferido
do Disney.
Donald é uma criação
de Walt Disney, Dick Lundy e Fred Spencer e apareceu pela primeira
vez em 9 junho de 1934, mas só ganhou vida própria em 1937, quando
surgiram seus sobrinhos Huguinho, Luizinho e Zezinho, criados pelo desenhista
Al Tagliaferro. Ele é filho de Quackmore MacDuck, filho da Vovó Donalda, e
Hortense Duck, irmã do Tio Patinhas. E tem até uma irmã gêmea, Dumbella,
que é mãe d Huguinho, Luizinho e Zezinho.
Tudo isso de acordo com
o cartunista Don Rosa, autor da “Saga do Tio Patinhas”, baseada na obra de Carl
Barks. Donald mora na Rua das Flores, 13, e tem um modelo conversível vermelho
do carro Bantam Roadster, 1938. Pareceu lógico a Walt Disney que, se patos
vivem na água, a roupa e a boina de marinheiro seriam adequadas ao Donald, de
acordo com a pesquisadora G. Nader.
Quanta cultura (?) inútil, porém,
divertida. O Pato Donald é o retrato daquelas pessoas que não desistem. Ele não
tem emprego fixo e como chefe de família (é o responsável por três sobrinhos)
está sempre procurando emprego, fazendo bicos ou tendo ideias mirabolantes para
conseguir dinheiro. Só não canta, porque sua voz de taquara rachada é célebre. Não
é à toa que vez por outra tenha acessos de mau humor. Tão violentos quanto
rápidos.
Às vezes a preguiça ou o
desânimo batem, mas logo ele enxerga uma oportunidade e se torna um
empreendedor de coragem, embora o sucesso quase sempre seja fugaz. Ele estrila,
perde a cabeça, aceita as “oportunidades” que o bilionário Tio Patinhas lhe
oferece (ou melhor, ele não oferece nada, tudo sempre faz parte de uma tramoia
financeira em vista) e muitas vezes o barato sai muito caro para o parente
muquirana.
A pata da vida dele é a
Margarida, mas nunca casaram o que não a impede de dar ordens na casa dele e
mantê-lo nos trilhos. Donald e Margarida superaram com galhardia os
preconceitos dos namoros longos, mal vistos nos tempos em que se namorava para
casar; eles são precursores dos casais contemporâneos que vivem felizes em
casas separadas.
No aniversário de setenta anos, Donald ganhou uma estrela
na Calçada da Fama de Hollywood, em Los Angeles (EUA). No Brasil, o Pato
Donald circula desde 1950 quando a Editora Abril lançou a revista que logo se
tornou um enorme sucesso de vendas.
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