terça-feira, 9 de junho de 2020

TEMPERAMENTAL, MAS ENCANTADOR.

Acho que ele faz parte do mundo das fábulas: é um pato com características muito humanas. Hoje ele está comemorando 86 anos e, se o tempo não lhe deixou marcas nessas oito décadas com certeza ele marcou a vida de várias gerações de crianças do mundo todo. Donald Fauntleroy, o nome completo do Pato Donald, é o meu personagem preferido do Disney.

Donald é uma criação de Walt Disney, Dick Lundy e Fred Spencer e apareceu pela primeira vez em 9 junho de 1934, mas só ganhou vida própria em 1937, quando surgiram seus sobrinhos Huguinho, Luizinho e Zezinho, criados pelo desenhista Al Tagliaferro. Ele é filho de Quackmore MacDuck, filho da Vovó Donalda, e Hortense Duck, irmã do Tio Patinhas. E tem até uma irmã gêmea, Dumbella, que é mãe d Huguinho, Luizinho e Zezinho.
Tudo isso de acordo com o cartunista Don Rosa, autor da “Saga do Tio Patinhas”, baseada na obra de Carl Barks. Donald mora na Rua das Flores, 13, e tem um modelo conversível vermelho do carro Bantam Roadster, 1938. Pareceu lógico a Walt Disney que, se patos vivem na água, a roupa e a boina de marinheiro seriam adequadas ao Donald, de acordo com a pesquisadora G. Nader.
Quanta cultura (?) inútil, porém, divertida. O Pato Donald é o retrato daquelas pessoas que não desistem. Ele não tem emprego fixo e como chefe de família (é o responsável por três sobrinhos) está sempre procurando emprego, fazendo bicos ou tendo ideias mirabolantes para conseguir dinheiro. Só não canta, porque sua voz de taquara rachada é célebre. Não é à toa que vez por outra tenha acessos de mau humor. Tão violentos quanto rápidos.  
Às vezes a preguiça ou o desânimo batem, mas logo ele enxerga uma oportunidade e se torna um empreendedor de coragem, embora o sucesso quase sempre seja fugaz. Ele estrila, perde a cabeça, aceita as “oportunidades” que o bilionário Tio Patinhas lhe oferece (ou melhor, ele não oferece nada, tudo sempre faz parte de uma tramoia financeira em vista) e muitas vezes o barato sai muito caro para o parente muquirana.
A pata da vida dele é a Margarida, mas nunca casaram o que não a impede de dar ordens na casa dele e mantê-lo nos trilhos. Donald e Margarida superaram com galhardia os preconceitos dos namoros longos, mal vistos nos tempos em que se namorava para casar; eles são precursores dos casais contemporâneos que vivem felizes em casas separadas.  
        No aniversário de setenta anos, Donald ganhou uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood, em Los Angeles (EUA). No Brasil, o Pato Donald circula desde 1950 quando a Editora Abril lançou a revista que logo se tornou um enorme sucesso de vendas. 









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