sábado, 13 de junho de 2020

USE O BOM SENSO


Para mim o que marcou esse período de isolamento foi o silêncio. Silêncio quebrado de manhã por bem-te-vis e outros passarinhos e na hora do almoço pelos sinos da igreja do bairro. Adoro som dos sinos, tão cheio de histórias que se perdem no tempo. Tudo porque não havia trânsito de veículos e as três linhas de ônibus circularam a intervalos maiores, ruas quase vazias. Há quase três meses não uso transporte público. A todos os lugares que preciso ir vou a pé e aproveito o sol. Nos poucos dias de chuva, não saí. Nesta semana que acaba, notei algo estranho e fui até a janela conferir. Havia algo mais que pombos e passarinhos no ar: um helicóptero.
Nossa Senhora do Carmo da Aclimação, 2016.
Quinta-feira quase no final da tarde tive que procurar uma óptica nas imediações do Largo Ana Rosa, onde as lojas já estavam abertas. Eu, que não gosto de ver vitrines, gostei muito de ver o colorido estampado ao longo das calçadas. E de passagem notei que todas as lojas, exceto as de alimentação, estavam vazias. As ruas mais movimentadas não tinham aglomerações, entretanto, muitos teimosos continuam sem máscaras, que levam penduradas no peito. Achei a óptica onde estavam apenas o dono e uma funcionária. Enquanto aguardava o reparo da armação, aproveitei para observar o entorno. No retorno para casa, ao passar pelo terminal de ônibus praticamente vazio, vejo uma idosa aboletada no banco da frente de um coletivo sem máscara!!! E lá vou eu descer as ladeiras rumo de casa.
Parece que a região é uma exceção pelo que acontece, por exemplo, na Rua Vinte e Cinco de Março e arredores. Espantoso! Eu continuarei em casa embora sinta falta das livrarias, das minhas andanças e de um expresso. Ah! O silêncio começou a diminuir.

Rua Vinte e Cinco de Março, dia 10 de junho, após três meses fechada. Foto;: Paulo Pinto, IG.

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