A data foi
instituída pela ONU em 1972 para a abertura da “Conferência de Estocolmo para o
Ambiente Humano”, evento que marcou uma mudança fundamental na compreensão do
Planeta, despertando a consciência das pessoas para a fragilidade dos
ecossistemas que permitiram o desenvolvimento da vida na Terra. Há 48 anos
tinha início um dos maiores debates mundiais sobre o meio ambiente.
No dia mundial do
meio ambiente, lembro-me de ERNESTO ZWARG. No inicio dos anos de 1970, ele
iniciou uma luta contra gigantes – nada menos que o governo federal (ditadura)
e o setor imobiliário, que desejavam ocupar a região da Jureia com usinas
nucleares e hotéis e condomínios de luxo no Litoral Sul de São Paulo. Zwarg
levou sua indignação para as ruas, conquistou corações e mentes levando
formadores de opinião e a população em caminhadas pela região para mostrar o
paraíso que pretendiam destruir. A causa conquistou ambientalistas como Fabio
Feldmann, da OIKOS, José Pedro de Oliveira, Arnaldo Pascoalino, da Associação
Paulista de Proteção da Natureza, atriz Cacilda Lanuza, o então deputado
estadual Antonio Rubens Lara entre tantos outros.
A resistência da sociedade à ocupação da área
foi fundamental para a preservação da Jureia. Quando a situação ficou crítica,
em janeiro de 1986, Lara procurou o Governador Franco Montoro que, sensível ao
problema, assinou um decreto tornando de utilidade pública uma importante área
de Mata Atlântica e ecossistemas associados (restinga, manguezais, praias e
costões rochosos).
Com
esta medida houve tempo para que Lara trabalhasse no projeto de lei para criar
a Estação Ecológica Jureia-Itatins. Graças às reportagens do jornalista
Randau Marques no Jornal da Tarde
(1977), a ameaça que pairava sobre a Jureia ganhou visibilidade nacional. Nessa
luta, estiveram envolvidos o advogado e biólogo Paulo Nogueira-Neto e o arquiteto
Jorge Wilheim – então em postos governamentais importantes. Nogueira-Neto era
Secretário Especial do Meio Ambiente, no Governo Federal, mas não perdeu de
vista os compromissos com o meio ambiente. O biólogo João Paulo Capobianco criou a Associação de Defesa da Jureia.
José Pedro de Oliveira Costa, arquiteto e professor da USP, é uma
referência no movimento ambientalista brasileiro. Começou nos anos setenta e
nunca mais parou. Nem nos piores momentos perdeu o entusiasmo. Fabio Feldmann,
advogado e administrador, é outro nome respeitado internacionalmente tanto pela
ação política como pelo conhecimento dos problemas ambientais.
A Estação Ecológica da
Jureia-Itatins foi criada pela Lei n. 5.649, de 28/04/87, englobando a estação ecológica da Jureia federal e mais 56
mil ha.
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