quinta-feira, 4 de junho de 2020

SEMANA DO MEIO AMBIENTE



A data foi instituída pela ONU em 1972 para a abertura da “Conferência de Estocolmo para o Ambiente Humano”, evento que marcou uma mudança fundamental na compreensão do Planeta, despertando a consciência das pessoas para a fragilidade dos ecossistemas que permitiram o desenvolvimento da vida na Terra. Há 48 anos tinha início um dos maiores debates mundiais sobre o meio ambiente. 
        No dia mundial do meio ambiente, lembro-me de ERNESTO ZWARG. No inicio dos anos de 1970, ele iniciou uma luta contra gigantes – nada menos que o governo federal (ditadura) e o setor imobiliário, que desejavam ocupar a região da Jureia com usinas nucleares e hotéis e condomínios de luxo no Litoral Sul de São Paulo. Zwarg levou sua indignação para as ruas, conquistou corações e mentes levando formadores de opinião e a população em caminhadas pela região para mostrar o paraíso que pretendiam destruir. A causa conquistou ambientalistas como Fabio Feldmann, da OIKOS, José Pedro de Oliveira, Arnaldo Pascoalino, da Associação Paulista de Proteção da Natureza, atriz Cacilda Lanuza, o então deputado estadual Antonio Rubens Lara entre tantos outros.
A resistência da sociedade à ocupação da área foi fundamental para a preservação da Jureia. Quando a situação ficou crítica, em janeiro de 1986, Lara procurou o Governador Franco Montoro que, sensível ao problema, assinou um decreto tornando de utilidade pública uma importante área de Mata Atlântica e ecossistemas associados (restinga, manguezais, praias e costões rochosos).
Com esta medida houve tempo para que Lara trabalhasse no projeto de lei para criar a Estação Ecológica Jureia-Itatins. Graças às reportagens do jornalista Randau Marques no Jornal da Tarde (1977), a ameaça que pairava sobre a Jureia ganhou visibilidade nacional. Nessa luta, estiveram envolvidos o advogado e biólogo Paulo Nogueira-Neto e o arquiteto Jorge Wilheim – então em postos governamentais importantes. Nogueira-Neto era Secretário Especial do Meio Ambiente, no Governo Federal, mas não perdeu de vista os compromissos com o meio ambiente. O biólogo João Paulo Capobianco criou a Associação de Defesa da Jureia.
José Pedro de Oliveira Costa, arquiteto e professor da USP, é uma referência no movimento ambientalista brasileiro. Começou nos anos setenta e nunca mais parou. Nem nos piores momentos perdeu o entusiasmo. Fabio Feldmann, advogado e administrador, é outro nome respeitado internacionalmente tanto pela ação política como pelo conhecimento dos problemas ambientais. 
A Estação Ecológica da Jureia-Itatins foi criada pela Lei n. 5.649, de 28/04/87, englobando a estação ecológica da Jureia federal e mais 56 mil ha.

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