Desafios inteligentes no
Facebook são sempre bem-vindos. Assim, em pleno isolamento social, me pedem uma
lista de oito livros que amei. Um desafio e tanto, já que passei boa parte dos
quase 75 anos lendo. Lendo sem receios, sem preconceito, sem pressa. Li tanto a
Bíblia e o Corão como o Marquês de Sade e Santo Agostinho; leio livros de
filosofia e arte, física e arqueologia... Há alguns anos tenho me concentrado
em História. Todo livro, por pior que seja sempre tem um ensinamento: os ruins
nos incentivam a buscar os bons livros. Assim, foi difícil escolher oito livros
que amo.
A MONTANHA MÁGICA
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E O VENTO LEVOU:
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OS MAIS BELOS CONTOS DE FADAS
FRANCESES
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OS TRÊS MOSQUETEIROS
Alexandre Dumas (1802-1870) foi um autor
importante para a minha formação. Eu devia ter uns doze anos quando ganhei “Os
três Mosqueteiros” da minha avó Maria. Até aquela época eu sonhava com a Grécia
antiga que Monteiro Lobato me apresentara. Fiquei intrigada com os personagens de
Dumas que eram tão próximos de um rei de verdade (Luis XIII) e de um ministro
(Richelieu) e fui consultar a enciclopédia da minha tia para saber o que era
verdade naquilo tudo. E foi assim que descobri a França. Logo depois ganhei as
sequências do livro: “Vinte anos depois” e “O Visconde de Bragelone”. A minha
última aventura com Dumas foi bem mais tarde com “O Colar da Rainha”, outra
obra muito instigante.
A ILHA DO TESOURO
O escocês Robert Louis Stevenson
(1850-1894) escreveu a história em 1833. Fiquei encantada com as aventuras do
menino. Já havia lido “Robinson Crusoé” (Defoe) e “A Ilha de Coral” (Robert Michael Ballantyne), mas foi Stevenson que me conquistou. Um
texto dinâmico e uma história cheia de surpresas. Vez por outra releio.
CRIME E CASTIGO
Fiódor Dostoiévski (1821-1881) publicou “Crime e Castigo” em 1866. Um livro extraordinário que narra a história de um jovem que acredita poder cometer um crime perfeito, considerando-se acima do bem e do mal, e conseguir os recursos para realizar boas ações. O assassino só não sabia que tinha uma consciência e o leitor acompanha fascinado as lutas psicológicas, morais e mesmo de fé com que o personagem se defronta. Reli recentemente.Excelente.
D. QUIXOTE
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SANTA EVITA
Eis um
livro extraordinário. O argentino Tomás Eloy Martínez (1934-2010) começou a escrever
a biografia de Eva Perón (1919-1952), a poderosa mulher do presidente Juan
Domingo Perón (1895-1974) que, no curto período de tempo entre o casamento e a
morte precoce, se tornou foi venerada pelo povo argentino. Entretanto, à medida
que escrevia Martínez se viu diante de fatos, mitos, lendas que se entremeavam
de tal sorte que ele percebeu que tinha material para uma história surrealista
da própria Argentina. Em tempo: não tenho nenhuma simpatia por Eva Perón.
2 comentários:
O que achei muito interessante nesse desafio é que os livros não se repetiram. Partindo do princípio que os participantes comungam muitas afinidades, como costuma acontecer com filmes ou músicas, isso me surpreendeu. (Não vi todos os desafios de todo mundo, claro). Tentei fazer a minha lista e, além de não ter nenhuma coincidência, descobri que não tenho mais nenhum dos livros que me impressionaram no primeiro contacto, com exceção de Jorge Amado. E não me pergunte por quê. Beijos literários.
Olá, Nilton. Ao longo da vida muitos livros se perderam (emprestados ou em mudanças), mas guardei bem guardadas a coleção infantil de Monteiro Lobato e duas coleções de romances que ganhei de meu pai na adolescência (uma delas sobre grandes mulheres da história). Dos livros citados, daquela época, só E o vento levou. A Internet ajudou a recuperar capas antigas. Como vou continuar na brincadeira, gostaria que você participasse com sua lista. Curiosa. Abraço forte.
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