"Cupido e Psiquê", 1793, escultura de mármore do italiano Antonio Canova. Museu do Louvre, Paris.
Amor é fogo que
arde sem se ver,
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente,
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor.
Esta é a mais bela definição de amor e o autor, o poeta Luís de Camões (1524-1580).
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