SILENCIOSAS E PERTURBADORAS
Olegário
Mariano Carneiro da Cunha nasceu em Recife, PE,
em 24 de março de 1889, e faleceu no Rio de Janeiro, em 28 de novembro de 1958.
Dividiu-se entre a poesia, a política e a diplomacia. Este soneto sem data, em
que o poeta declara sua paixão por louras naturais ou falsas, deve ter sido
escrito nos anos de 1930, época da Lei Seca a que ele se refere e antes da década de 1950,quando Marilyn Monroe começou a brilhar em
Hollywood.
O Declínio das Louras
Por serem mais românticas e belas
De linhas mais sensuais e
duradouras,
Entre viúvas, casadas, e donzelas
Prefiro sempre as raparigas
louras.
Porque nas atitudes mais singelas
São silenciosas e perturbadoras.
E a gente sente que é por causa
delas
Que o sol loureja as searas e as
lavouras.
Em Hollywood, porém, na hora
presente,
Andam as louras desaparecidas
De cabelos mudados de repente.
Será que a moda já não vale nada
Ou quem sabe se a lei contra as
bebidas
Proíbe a venda de água oxigenada?
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