segunda-feira, 4 de junho de 2018

 ARTES NA PAULISTA

Se a Avenida Paulista é uma vitrine para arquitetos de todas as tendências, ela também mantém obras de arte para todos os gostos. Algumas públicas e outras em espaços privados, mas à vista de olhos ávidos por beleza ou coisas exóticas, como o “Homem Aramado” na esquina com a Rua Teixeira da Silva, lado impar. Aliás, é bom saber que o lado direito das ruas é o par e o ímpar é sempre o esquerdo; assim, se você tem problema para saber onde começa a numeração, basta ficar em posição tal que do seu lado direito esteja o número par (ou o ímpar à sua esquerda) e descobrirá que a rua começa às suas costas.
O Edifício Nações Unidas (nº 648) tem uma joia do artista plástico Clóvis Graciano (1907-1988): um painel de cerâmica esmaltada, criado em 1958 e instalado no ano seguinte. Ninguém resiste às esculturas greco-romanas, devidamente protegidas em redomas de vidro, que adornam os jardins do edifício nº 1000 da Avenida. A obra de Franz Krajcberg (1921-2017) enfeita a parede do Citi Bank (nº 1111) e é preciso descer as escadas para observá-la, bem diferente da escultura sem nome de Tomie Ohtake (1913-1914), que domina a paisagem da Paulista desde 2015, quando foi instalada.  
A escultura de Tomie Ohtake, sempre original.

O bandeirante Anhanguera fica em frente ao Parque Siqueira Campos. A escultura de mármore de Carrara é do artista italiano Luiz Brizzolara (1868-1937) e remonta a 1920. Bonito, mas escondido pelas árvores e alvo predileto dos pombos, é o monumento a Francisco Miranda, na Praça Ciclista, sobre a passagem subterrânea. Militar, Sebastián Francisco de Miranda Rodrígues (1750-1816) foi precursor da independência dos países da América espanhola e a escultura feita pelos artistas venezuelanos L. Gonzalez e Carmelo Tabacco foi presente da Venezuela à cidade de São Paulo.

Homem aramado.

Francisco Miranda em meio às árvores.

























Senti falta do “Mascate”, que ficava junto à FIESP (1313). Descobri que o Pássaro Rocca, do pernambucano Francisco Brenand (1927), voou para a plataforma central da Estação Trianon-MASP do Metrô. O Metrô de São Paulo, que este ano comemora 50 anos, tem três estações na Avenida Paulista (Linha Verde), onde se encontram várias obras de arte*.

BRIGADEIRO
CICERO DIAS (1907-2003) – Painel Cores e Formas (1991). Lajotas de cerâmica.
FERNANDO LEMOS (1926) – Painel Desaceleração (1991). Lajotas de cerâmica.
TRIANON-MASP
WESLEY DUKE LEE (1931-2010) – Um espelho mágico da pintura no Brasil (2001). Lona vinílica.
FRANCISCO BRENAND – Pássaro Rocca (1990). Escultura vitrificada. Plataforma central.
CONSOLAÇÃO
Tomie Ohtake – Quatro Estações (1991). Painel de tésseras de vidro.

Uma curiosidade: o Edificio Ragi Buainain, na Praça Oswaldo Cruz, 124, ostenta um mural de 52m de altura por 16m de largura com o rosto do arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012), que está voltado para a Avenida Paulista. O trabalho inaugurado em 2013 foi realizado por quatro artistas sob a coordenação do muralista Eduardo Kobra. 

*Todas as estações do Metrô têm obras de arte.

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