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| Av. Paulista: mirante do SESC, 2018. |
Sexta-feira com jeitão de sábado.
Ótima para aproveitar o sol da manhã de outono. Escolhi a Avenida Paulista,
começando pelo início, naturalmente. No Hospital Santa Catarina, parei para
admirar os painéis de bronze e, quando terminava de ler a placa explicativa,
fui abordada por um senhor. Muito elegante em um blazer de caxemira bege, um
cachecol xadrez do mesmo tecido e boina, tudo combinando perfeitamente.
Perguntou-me do que se tratava o texto. Embora estranhasse a situação, disse
que era um resumo do conteúdo dos painéis que adornam a fachada do prédio e
tratam da história da medicina. Então, ele me pediu, por favor, se poderia ler
para ele, pois tinha dificuldade para enxergar (realmente o fundo dos painéis é
escuro). Ao começar, ele me interrompeu. Ouvia mal e ele precisava ficar de
frente para mim para acompanhar o movimento dos lábios.
Quando
terminei a leitura, agradeceu muito e teceu comentários sobre a profundidade do
conteúdo. Bem humorado, se admirou que o hospital seja de 1906. “Bem antes
do nosso tempo” – comentou, divertindo-se. Então, disse ele, em
retribuição à minha gentileza, ia me sugerir a leitura de um livro, que ele
ganhara do neto e do qual ele gostara demais: “SAPIENS. Uma breve história da
humanidade.” Sorri. “O senhor tem razão. É ótimo. Já li duas vezes”- contei a
ele. O velho senhor ficou satisfeito por ter sugerido algo que eu já conhecia e
aprovara, e explicou-me que já comprara “HOMO DEUS. Uma breve história do
amanhã”. Assegurei a ele que ia ser uma leitura tão boa quanto a primeira, pois
como ele, eu quis conhecer também as perspectivas que se abrem para o futuro do
homem. Trocamos um aperto de mão e nos despedimos. Foi um encontro bem
inusitado e muito agradável. Continuei meu passeio pela Avenida Paulista – ida
pelo lado par e volta pelo impar.
Os textos dos painéis do Hospital Santa Catarina são de Eduardo Cury e
as obras foram fundidas por Diego M. Ortega.
Os dois livros são do historiador
israelense Yuval Noah Harari.
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