Se a Avenida Paulista é uma vitrine para arquitetos de todas as
tendências, ela também mantém obras de arte para todos os gostos. Algumas
públicas e outras em espaços privados, mas à vista de olhos ávidos por beleza
ou coisas exóticas, como o “Homem Aramado” na esquina com a Rua Teixeira da
Silva, lado impar. Aliás, é bom saber que o lado direito das ruas é o par e o
ímpar é sempre o esquerdo; assim, se você tem problema para saber onde começa a
numeração, basta ficar em posição tal que do seu lado direito esteja o número
par (ou o ímpar à sua esquerda) e descobrirá que a rua começa às suas costas.
O Edifício Nações Unidas (nº 648) tem uma joia do artista plástico Clóvis
Graciano (1907-1988): um painel de cerâmica esmaltada, criado em 1958 e
instalado no ano seguinte. Ninguém resiste às esculturas greco-romanas,
devidamente protegidas em redomas de vidro, que adornam os jardins do edifício
nº 1000 da Avenida. A obra de Franz Krajcberg (1921-2017)
enfeita a parede do Citi Bank (nº 1111) e é preciso descer as escadas para
observá-la, bem diferente da escultura sem nome de Tomie Ohtake (1913-1914),
que domina a paisagem da Paulista desde 2015, quando foi instalada.
A escultura de Tomie Ohtake, sempre original. |
O bandeirante Anhanguera fica em frente ao Parque Siqueira Campos. A
escultura de mármore de Carrara é do artista italiano Luiz Brizzolara
(1868-1937) e remonta a 1920. Bonito, mas escondido pelas árvores e alvo
predileto dos pombos, é o monumento a Francisco Miranda, na Praça Ciclista,
sobre a passagem subterrânea. Militar, Sebastián Francisco de Miranda Rodrígues
(1750-1816) foi precursor da independência dos países da América espanhola e a
escultura feita pelos artistas venezuelanos L. Gonzalez e Carmelo Tabacco foi
presente da Venezuela à cidade de São Paulo.
Homem aramado. |
Francisco Miranda em meio às árvores. |
Senti falta do “Mascate”, que ficava junto à FIESP (1313). Descobri que o
Pássaro Rocca, do pernambucano Francisco Brenand (1927), voou para a plataforma
central da Estação Trianon-MASP do Metrô. O Metrô de São Paulo, que este ano
comemora 50 anos, tem três estações na Avenida Paulista (Linha Verde), onde se
encontram várias obras de arte*.
BRIGADEIRO
CICERO DIAS (1907-2003) – Painel Cores e Formas (1991). Lajotas
de cerâmica.
FERNANDO LEMOS (1926) – Painel Desaceleração (1991). Lajotas
de cerâmica.
TRIANON-MASP
WESLEY DUKE LEE (1931-2010) – Um espelho mágico da pintura
no Brasil (2001). Lona vinílica.
FRANCISCO BRENAND – Pássaro Rocca (1990). Escultura vitrificada.
Plataforma central.
CONSOLAÇÃO
Tomie Ohtake – Quatro Estações (1991). Painel de tésseras de
vidro.
Uma curiosidade: o Edificio Ragi Buainain, na Praça Oswaldo
Cruz, 124, ostenta um mural de 52m de altura por 16m de largura com o rosto do
arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012), que está voltado para a Avenida Paulista.
O trabalho inaugurado em 2013 foi realizado por quatro artistas sob a
coordenação do muralista Eduardo Kobra.
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