Nessa
andança pela Paulista, lembrei-me da Maison Madame Rosita, um atelier de alta
costura e peleteria no final da avenida. Gostava de ver a vitrine com vestidos
elegantes, mas eram os casacos de pele que me atraiam mais. Madame Rosita era Rosa de Libman, uma uruguaia que veio para o Brasil em
1935 e se tornou pioneira da alta costura por aqui. Começou na Rua Barão de
Itapetininga, mudou para o Conjunto Nacional e em 1965 transferiu suas
tesouras, agulhas e linhas para o palacete nº 2.295, endereço
da Peleteria Americana que ela assumiu. Os tempos mudaram, a moda nem se fala,
o palacete foi demolido e Dona Rosa de Libman faleceu em 1991, mas a maison continua, agora na Alameda Jaú,
1725. Na Paulista, a moda se popularizou – com a chegada da Loja Marisa
(feminina), Colombo (masculina) e Hering (para todos), sem contar dezenas de
outras pequenas lojas de vestuário. Endereços mais requintados acham-se nos
shoppings.
Chove?
Faz frio? Não importa, porque há muito a fazer na Avenida Paulista qualquer que
seja o tempo. Vamos ao cinema. Há vários nos shoppings Cidade de São Paulo e
Center Três, no Conjunto Nacional e no prédio da Gazeta (Reserva Cultural).
Teatro? Vamos lá: Teatro Gazeta, Teatro do SESI, Teatro Eva Herz (Livraria
Cultura) e Teatro do SESC.
E
por falar em livraria há duas ótimas: a Martins Fontes no Edifício Patrimônio
(509) e a Cultura no Conjunto Nacional (2073). Ambas têm um espaço para café
(prefiro o da Martins Fontes).
E
se der fome? Não tem problema. Ao longo da avenida há desde comida de rua até a
tal comida vegetariana (352). As opções vão do PanAroma (149), Garoa Paulista
(320), Sabah (735) ao Bovinu’s Fast Grill no
HOMS; é possível almoçar no MASP ou no SESC. Lanchonetes não faltam. Inclusive
os “burgers” da vida. Há até padaria: a Benjamim.
No
final da tarde, os bares com mesinhas na calçada são tomados pela turma que
gosta de tomar cerveja e jogar conversa fora. (Uma homenagem a von Büllow,
primeiro morador da rua?) Nos fins de semana, é um problema conseguir um lugar.
Esses bares são também um bom observatório do que acontece nessa avenida:
homens engravatados, mulheres bem vestidas apressados, carregando pastas;
homens e mulheres com roupas informais trabalhando também, haja vista o passo
apressado e o olhar preocupado; mas então passam aqueles homens e mulheres que
flanam sem pressa, muitas vezes com a coleira do cão em uma das mãos e o
celular na outra, indiferentes ao que os cerca... É divertido porque, se alguém
quer aparecer, a Paulista é o endereço certo e, assim, muitos tipos que
desfilam por lá podem ser bem extravagantes.
CURIOSIDADE:
a avenida é o endereço de pelo menos dezenove consulados, entre os quais o da
Jordânia (326), Líbano (688), África do Sul, Albânia (1754) e Itália, (1963).
Embora pareça estritamente comercial, há muitos prédios residenciais na
Paulista.
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