“Parques do Anhangabaú nos fogaréus da aurora...
Oh larguezas dos meus itinerários...”*
São Paulo surge com uma
escola, engatinha por alguns séculos até que outra escola, a Faculdade de
Direito, a impulsione e a cidade comece a crescer até atingir um gigantismo
preocupante em meados do século XX. O local escolhido pelo padre Manoel de
Nóbrega para a escola foi a colina situada entre os rios Tamanduateí e
Anhangabaú; entretanto, os primeiros anos foram muito difíceis e a situação só
melhorou, quando a pedido dos moradores, Mem de Sá (1500-1572) – governador
geral do Brasil – determinou a mudança da sede da vila de Santo André com
moradias, Câmara e o pelourinho para Piratininga*.
O Pátio do Colégio é o
local da fundação de São Paulo, mas do prédio original, restam apenas pedaços
de uma parede de 1585. O lugar já foi sede do governo paulista entre 1765 e
1912 e de outras repartições públicas. Aos poucos descaracterizaram o casarão
colonial. Florêncio de Abreu (1839-1881) realizou as mudanças mais radicais e
nos sete meses em que permaneceu no governo da Província de São Paulo, mandou
derrubar a ala em que funcionara a primeira sede do Correio em São Paulo; novas
demolições parciais em 1896 até que em 1953, – véspera do quarto centenário da
cidade –, foi completamente destruído. O conjunto atual data de 1979.
A
Santa Casa de Misericórdia de São Paulo não dispõe de registros de sua
fundação, mas estima que tenha sido por volta de 1560. A história da
instituição está ligada à da cidade. Como a similar santista, teve vários
endereços. Funcionou no Largo da Misericórdia, na Chácara dos Ingleses e na Rua
da Glória até que, finalmente, em 1884 inaugurou-se o belo prédio da Vila
Buarque, construído em área doada pelo senador Antonio Pinto do Rego Freitas
(1835-1886). O projeto é do arquiteto italiano Luigi Pucci.
Padre
José de Anchieta, em uma carta de 1579, conta que os viajantes que passavam
pela Estrada Real costumavam parar para orações em uma pequena igreja de Nossa
Senhora da Luz, situada nos campos de Guaré ou da Luz. Com o tempo ela foi
abandonada, mas Frei Antônio de Sant’Anna Galvão (1739-1822) ajudou a fundar,
no mesmo local, o Mosteiro da Imaculada Conceição da Luz, inaugurado em 2 de
fevereiro de 1774. Sede do Museu de Arte Sacra de São Paulo, o mosteiro é a
mais importante construção arquitônica colonial do século XVIII da cidade de
São Paulo.
Uma
obra quinhentista é a Igreja de Santo Antônio (Largo do Paissandu). Ela já
existia em 1591 e ao longo dos séculos passou por várias reformas (1638, 1717 e
1747). Em 1891 um incêndio em uma casa vizinha consumiu parte da igreja. Em
1899 a prefeitura determinou a demolição e a reconstrução da torre e fachada do
templo por causa do alinhamento da Rua Direita, obra financiada por dois
vizinhos ilustres – Francisco Xavier Paes de Barros, barão de Tatuí, e Eduardo da
Silva Prates, conde de Prates. Finalmente, a igreja voltou a funcionar em 1919,
agora exibindo um estilo eclético. Em janeiro de 2005, novo restauro procurou
recuperar o estilo barroco do interior da igreja e na ocasião encontraram-se
pinturas murais seiscentistas no forro do altar-mor.
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