... E EIS O BOLO!
A vontade fazer um bolo (que passou rápido)
foi provocada pela busca de informações sobre um adereço de cozinha. Achava que
havia lido na minha bíblia sobre alimentação brasileira, o livro de Luis da
Câmara Cascudo. Assim, passei a manhã folheando as quase mil páginas da obra
até que lembrei que poderia ter sido coisa de Gilberto Freyre e fui tirá-lo da
estante. Em meio a muito açúcar e ovos encontrei o que procurava. Com a busca
bem sucedida fiquei me deliciando com as receitas de doces da culinária
brasileira, com nomes tão saborosos quanto as guloseimas propostas. Alguns
exemplos: bolo dos namorados, toalha felpuda, colchão de noiva, bolo ciúmes... Ou
ainda Beijos de Cabocla à Moda de Noruega, Bolo Senhora Condessa.
Quem achou um exagero a dúzia de ovos para o
preparo do Bolo sem Nome, não viu nada. O Bolo Padre João leva 18 ovos!
Gilberto Freyre relata que houve um tempo em
que “os nomes de alguns bolos e doces do Nordeste recordam acontecimentos
políticos de certas épocas, datas ou figuras gloriosas, grandes feitos
brasileiros” e assim os antagonismos políticos eram assados nos fogões a lenha dos
engenhos de açúcar e levados à mesa das famílias nordestinas. Entre os exemplos
que o sociólogo cita estão os bolos Cabano (Cabanada), Legalista, D. Pedro II,
Treze de Maio e Republicano...
Obra do pintor mineiro contemporâneo Rui de Paula. |
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