domingo, 14 de outubro de 2018

FARINHA, OVOS E AÇÚCAR...


... E EIS O BOLO!
A vontade fazer um bolo (que passou rápido) foi provocada pela busca de informações sobre um adereço de cozinha. Achava que havia lido na minha bíblia sobre alimentação brasileira, o livro de Luis da Câmara Cascudo. Assim, passei a manhã folheando as quase mil páginas da obra até que lembrei que poderia ter sido coisa de Gilberto Freyre e fui tirá-lo da estante. Em meio a muito açúcar e ovos encontrei o que procurava. Com a busca bem sucedida fiquei me deliciando com as receitas de doces da culinária brasileira, com nomes tão saborosos quanto as guloseimas propostas. Alguns exemplos: bolo dos namorados, toalha felpuda, colchão de noiva, bolo ciúmes... Ou ainda Beijos de Cabocla à Moda de Noruega, Bolo Senhora Condessa.
Quem achou um exagero a dúzia de ovos para o preparo do Bolo sem Nome, não viu nada. O Bolo Padre João leva 18 ovos!
Gilberto Freyre relata que houve um tempo em que “os nomes de alguns bolos e doces do Nordeste recordam acontecimentos políticos de certas épocas, datas ou figuras gloriosas, grandes feitos brasileiros” e assim os antagonismos políticos eram assados nos fogões a lenha dos engenhos de açúcar e levados à mesa das famílias nordestinas. Entre os exemplos que o sociólogo cita estão os bolos Cabano (Cabanada), Legalista, D. Pedro II, Treze de Maio e Republicano...  
Obra do pintor mineiro contemporâneo Rui de Paula.

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