sexta-feira, 19 de outubro de 2018

O CHÁ E O JANTAR

Sexta-feira, com garoa e vento, que pede um casaquinho. Dia para ficar em casa e à tarde tomar um chá com torradas e saborear uma fatia de bolo; noite para uma sopa quente e reconfortante.  Eu só tomo chá preto – qualquer outro me sabe à mezinha.
     As receitas para esse programa são infindáveis. Há aquelas de família, guardadas a sete chaves, as oferecidas pelos programas de TV e ainda aquelas criadas por cada um de nós com o que se tem em casa no momento. Os mais práticos (ou preguiçosos) vão mesmo à padaria da esquina ou àquelas sofisticadas em busca de socorro.
      Para as torradas pode ser o pão de amanhecido fatiado e lambuzado de manteiga. O bolo não deve ser problema, afinal, desde que se inventou a mistura industrializada, creio que todos têm um pacotinho de reserva na despensa. E a sopa? A sopa é o que a imaginação de cada um cria a partir do que tem na geladeira.
     O folclorista Luiz da Câmara Cascudo diz que a sopa era apenas um pedaço de pão embebido em caldo, leite ou vinho (dessa eu gostei). “O pão absorvia o líquido, umedecendo-se. Só assim compreende-se o molhado como uma sopa.” Enfim, pode ser de feijão com macarrão, de hortaliças e legumes, de batatas com enchidos... Se houver tempo e disposição, de ervilha, mandioquinha ou grão-de-bico com músculo, as minhas preferidas.

        De acordo com os espanhóis,
“Sete virtudes
Tem a sopa:
Tira a fome, dá sede pouca,
Faz dormir
E digerir.
Nunca enfada,
Sempre agrada
E põe a cara
Corada.”  
O Jantar (1869). Óleo sobre tela de Claude Monet.

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