Sexta-feira, com garoa e
vento, que pede um casaquinho. Dia para ficar em casa e à tarde tomar um chá
com torradas e saborear uma fatia de bolo; noite para uma sopa quente e
reconfortante. Eu só tomo chá preto – qualquer outro me sabe à mezinha.
As
receitas para esse programa são infindáveis. Há aquelas de família, guardadas a
sete chaves, as oferecidas pelos programas de TV e ainda aquelas criadas por
cada um de nós com o que se tem em casa no momento. Os mais práticos (ou
preguiçosos) vão mesmo à padaria da esquina ou àquelas sofisticadas em busca de
socorro.
Para as torradas pode ser o pão de amanhecido fatiado e lambuzado de manteiga.
O bolo não deve ser problema, afinal, desde que se inventou a mistura
industrializada, creio que todos têm um pacotinho de reserva na despensa. E a
sopa? A sopa é o que a imaginação de cada um cria a partir do que tem na
geladeira.
O
folclorista Luiz da Câmara Cascudo diz que a sopa era apenas um pedaço de
pão embebido em caldo, leite ou vinho (dessa eu gostei). “O pão absorvia o
líquido, umedecendo-se. Só assim compreende-se o molhado como uma
sopa.” Enfim, pode ser de feijão com macarrão, de hortaliças e legumes, de
batatas com enchidos... Se houver tempo e disposição, de ervilha, mandioquinha
ou grão-de-bico com músculo, as minhas preferidas.
De
acordo com os espanhóis,
“Sete virtudes
Tem a sopa:
Tira a fome, dá
sede pouca,
Faz dormir
E digerir.
Nunca enfada,
Sempre agrada
E põe a cara
Corada.”
O Jantar (1869). Óleo sobre tela de Claude Monet. |
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