O Estado de
São Paulo comemora hoje o Dia do Saci, assim como várias cidades brasileiras, mas
até hoje o projeto de lei para a criação do Dia Nacional do Saci não
foi aprovado pela Câmara Federal. Quem
é o Saci? Um brasileiro, acima de tudo. Ele
é um garoto negro com nome indígena e tem uma perna só, fuma cachimbo e usa uma
carapuça vermelha que lhe dá poderes mágicos, como o de aparecer e desaparecer
aonde quiser. Nem é preciso dizer que é travesso como toda criança. Adora
assobiar e pregar peças nas pessoas.
Saci no traço de Ziraldo. |
A lenda, a assim como o nome, varia conforme
a região do Brasil: Saci-Cererê, Saci-Trique, Saçurá, Mati-taperê, Matiaperê,
Matim Pererê, Matintaperera, Capetinha da Mão Furada etc. Conta-se também que ele costuma se
transformar em passarinho como o Mati-taperê ou Sem-fim – conhecido no nordeste
como Peitica.
Nas palavras de Monteiro Lobato: “O saci é um diabinho de uma perna só que
anda solto pelo mundo, armando reinações de toda sorte e atropelando quanta
criatura existe. Traz sempre na boca um pitinho aceso, e na cabeça uma carapuça
vermelha. A força dele está na carapuça, como a força de Sansão estava nos
cabelos”. Ele conta que o
Saci faz tantas reinações quanto pode: “azeda o leite, quebra pontas das
agulhas, esconde as tesourinhas de unha, embaraça os novelos de linha, faz o
dedal das costureiras cair nos buracos, bota moscas na sopa, queima o feijão
que está no fogo, gora os ovos das ninhadas. Quando encontra um prego, vira ele
de ponta pra riba para que espete o pé do primeiro que passa. Tudo que numa
casa acontece de ruim é sempre arte do saci. Não contente com isso, também
atormenta os cachorros, atropela as galinhas e persegue os cavalos no pasto,
chupando o sangue deles. O saci não faz maldade grande, mas não há maldade
pequenina que não faça”.
O relato faz parte do livro “O Saci”,
em que o autor envolve Pedrinho, Narizinho e Emilia em aventuras com vários
personagens do folclore brasileiro, como a Cuca, o Boitatá e até a Iara. Não
acreditam em Saci? Está desatualizado,
pois existe até a Sociedade dos Observadores de Saci (SOSACI) de São Luis de
Paraitinga (SP), que vem conquistando um número crescente de fãs. E imagine que
a Associação Nacional dos Criadores de Saci – ANCS, com sede em Botucatu, há
mais de 20 anos, mantém uma fazenda de criação de Sacis, segundo o fundador,
José Oswaldo Guimarães.
Há um Saci aqui em casa que esconde canetas, óculos, chaves e, como deve ser letrado, costuma sumir com meus livros.
Há um Saci aqui em casa que esconde canetas, óculos, chaves e, como deve ser letrado, costuma sumir com meus livros.
E viva o Saci!
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