terça-feira, 29 de setembro de 2020

A ARTE DE BRUEGEL, O VELHO.

A arte é sempre uma descoberta. No caso de uma pintura, você pode ficar diante de uma obra por um longo tempo a observar os detalhes da composição, a habilidade do artista, o seu significado do trabalho ou simplesmente aproveitar o momento para desfrutar do momento. Gosto demais do pintor renascentista neerlandês Peter Bruegel, o Velho (1525-1569), especialmente porque suas pinturas retratam as pessoas no seu cotidiano, o que nos dá uma ideia de como era a vida naquela época.

    Neste quadro (óleo sobre madeira) de 1559, que se encontra no Gemäldegalerie, em Berlim, o que não falta é movimento. O título é “A Loucura do Mundo” ou “O Manto Azul” e nele Bruegel mostra literalmente as pessoas agindo de acordo provérbios e expressões idiomáticas em voga nos Países Baixos no século XVI. O resultado acaba revelando a loucura do mundo. A cena da mulher colocando o manto azul no marido, que se destaca no quadro, significava que ela o estava traindo. Difícil identificar todos ditos populares porque muitos eram regionais e outros caíram em desuso, mas alguns ainda são citados: armado até os dentes, contar com o ovo antes que a galinha o bote (minha avó era mais objetiva), o mundo está de cabeça para baixo, colocar o sino no gato... Enfim, em tempo de pandemia pode ser um passatempo divertido sãos do que 50 ditados populares.

    Outra obra de Bruegel, “A Procissão para o Calvário” (1564), inspirou o cineasta polonês Lech Majewski a contar a história de doze das quinhentas personagens do quadro no filme “O Moinho e a Cruz” (2011), que recebeu vários prêmios internacionais. O roteiro foi baseado no livro do crítico e historiador de arte americano Michael Francis Gibson (1929-2017). O quadro se encontra no Museu de História da Arte de Viena.


Filme disponível no YuoTube legendado. 

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