Abaixo vai um recorte do
livro “O Afeto que se encerra ‒ Memórias” (Editora Civilização Brasileira, Rio
de Janeiro, 1980).
I. BEM...
[...] Paulo Francis nasceu em 1951. Mexeu de leve nas cargas e castigos de Franz Paulo Trannin Heilborn, eu, antes que Paschoal Carlos Magno me batizasse ‘Paulo Francis’, nome típico de ‘bailarino’ de teatro de revista (Gloria May e Paulo Francis em Cutuca o balaio da negra, de Stanislaw Ponte Preta...). Em Cabeça preciso confrontar a infância e a adolescência de F.P.T.H., que não havia desenvolvido (começava) as defesas de Francis. Franz (nome que detesto) se não bebeu fel de gasolina, andou perto, menino meio gago, excessivamente sensível a rejeições dos raros a quem amou, às vezes brutal, indistinguível de uma besta fera.
[...] E chegamos
aos motivos finais. Franz nasceu (me dizem. Ver adiante) em setembro de 1930.
Completo (ei) 50 anos em 1980. Acho boba essa mania (e clichê) de imprensa,
simplificar a vida em décadas. Confesso, apesar disso, que a expressão ‘meio
século’ me fascina um pouco. Não é à toa que fui marxista-trotskista durante 14
anos. Resolvi ter um livro na rua aos 50 anos. Vaidade. E curiosidade.”
[...] Quis ser
escritor desde que li Crime e Castigo
aos 14 anos de idade.
[...] Fui bebê e menino bonito. Sim, tenho provas fotográficas.”
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