Qualquer estudante de ensino médio sabe (ou deveria saber) que a assertiva "Penso, logo existo" é do filósofo francês René Descartes (1596-1650), que nasceu ha 425 anos em La Haye, na Touraine. Descartes se dedicou à procura da verdade, evitou a especulação e com o “Discurso sobre o Método” a história da filosofia e do conhecimento tem um dos mais importantes momentos. Ele era filho de um conselheiro do Parlamento da Bretanha, tinha dois irmãos e a mãe morreu quando ele tinha apenas um ano de idade. Estudou em colégio dos jesuítas; em Poitiers licenciou-se em Direito (que nunca exerceu). Em 1618 foi para os Países Baixos para servir no exército do príncipe Mauricio de Nassau. Na Holanda, conheceu Isaac Beeckman, que o incentivou a desenvolver seus interesses pela Física e Matemática. Viajou pela Alemanha, Dinamarca, Polônia e retornou a Paris. A partir de 1628 Descartes se isolou na Holanda para se dedicar às obras e que deram um novo rumo ao pensamento humano: “Do Mundo” (1633) e “Discurso sobre o Método” (1637).
Penso, logo existo
(ou sou) encontra-se na quarta parte do Discurso. Descartes adota a dúvida
metódica (rejeita tudo aquilo em que pudesse imaginar a dúvida: os sentidos e
até ideias). “Finalmente, considerando que os mesmos pensamentos que temos
quando acordados também nos podem acudir quando dormimos, sem que nenhum seja
verdadeiro, resolvi considerar, fingir, que todas as cousas que haviam
penetrado no meu espírito não eram mais verdadeiras que as ilusões dos meus
sonhos. Mas logo após percebi que, quando pensava que tudo era falso,
necessário se tornava que eu ‒ eu que pensava ‒ era alguma cousa, e notando que
esta verdade ‒ penso, logo existo ‒ era tão firme e tão certa que todas as
extravagantes suposições dos céticos não eram capazes de a abalar, julguei que
podia aceitá-la, sem escrúpulo, como primeiro princípio da filosofia que
procurava.”
Descartes foi a grande frustração de seu pai: “de todos os meus filhos, só de um tenho queixa. Para que pus eu no mundo um filho suficientemente ridículo para querer encadernar-se em pergaminho?”. O filósofo não gostava de escrever livros e trabalhava deitado. Descartes não se casou, mas teve uma filha em 1635 com a governanta da casa em que vivia na Holanda. Morreu de pneumonia em Estocolmo, Suécia, onde dava aulas.
Quadro de Franz Halls(1582--1666).
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