segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

ARRANHA-CÉU

Uma história de amor. 

ARRANHA-CÉU

Sílvio Caldas e Orestes Barbosa



Cansei de esperar por ela
Toda noite na janela
Vendo a cidade a luzir.

Nestes delírios nervosos
Dos anúncios luminosos
Que são a vida a mentir,

E cada vez que subia,
O elevador não trazia
Essa mulher. Maldição.

E quando lento gemia
O elevador que descia,
Subia o meu coração.

Cansei de olhar os reclames
E disse ao peito não ames
Que o teu amor não te quer.

Descansa, feche a vidraça,
Esquece aquela desgraça,
Esquece aquela mulher.

Deitei-me então sobre o peito,
Vieste em sonho ao meu leito
E eu acordei, que aflição.

Pensando que te abraçava,
Alucinado apertava
Eu mesmo meu coração.

Foto: Hilda Araújo, julho, 2019.



https://www.youtube.com/watch?v=53tT5SLC-M8

2 comentários:

jose carlos disse...

Alô Hilda,
Ao ouvir essa maravilhosa canção, uma de minhas preferidas na adolescência (santos 1954), sinto-me obrigado a entrar no túnel do tempo, para recordar com alegria, essas letras nostálgicas, cheias de poesia, que enriqueciam o nosso cancioneiro popular.
A dor de cotovelo, também era motivo para a geração de letras inesquecíveis, com seus interpretes inconfundíveis: Dolores Duran, Nora Ney, Maysa e Dalva de Oliveira.

Um abraço

Hilda Araújo disse...

Bom dia, José Carlos. Concordo com você. Os compositores trabalhavam os textos, expressavam com clareza seus sentimentos, eram criativos como esse em que o autor consegue inserir na cena uma máquina insípida com muita felicidade. (Adoro essa dupla.) Lembra o Como o abajur lilás, a chegada do carteiro? Acho que temos direito de ser saudosistas. Um forte abraço.
(Distraída como sempre, tinha respondido em outra postagem.)