Uma história de amor.
ARRANHA-CÉU
Sílvio Caldas e Orestes Barbosa
Cansei
de esperar por ela
Toda noite na janela
Vendo a cidade a luzir.
Nestes
delírios nervosos
Dos anúncios luminosos
Que são a vida a mentir,
E
cada vez que subia,
O elevador não trazia
Essa mulher. Maldição.
E
quando lento gemia
O elevador que descia,
Subia o meu coração.
Cansei
de olhar os reclames
E disse ao peito não ames
Que o teu amor não te quer.
Descansa,
feche a vidraça,
Esquece aquela desgraça,
Esquece aquela mulher.
Deitei-me
então sobre o peito,
Vieste em sonho ao meu leito
E eu acordei, que aflição.
Pensando
que te abraçava,
Alucinado apertava
Eu mesmo meu coração.
Foto: Hilda Araújo, julho, 2019.
https://www.youtube.com/watch?v=53tT5SLC-M8
2 comentários:
Alô Hilda,
Ao ouvir essa maravilhosa canção, uma de minhas preferidas na adolescência (santos 1954), sinto-me obrigado a entrar no túnel do tempo, para recordar com alegria, essas letras nostálgicas, cheias de poesia, que enriqueciam o nosso cancioneiro popular.
A dor de cotovelo, também era motivo para a geração de letras inesquecíveis, com seus interpretes inconfundíveis: Dolores Duran, Nora Ney, Maysa e Dalva de Oliveira.
Um abraço
Bom dia, José Carlos. Concordo com você. Os compositores trabalhavam os textos, expressavam com clareza seus sentimentos, eram criativos como esse em que o autor consegue inserir na cena uma máquina insípida com muita felicidade. (Adoro essa dupla.) Lembra o Como o abajur lilás, a chegada do carteiro? Acho que temos direito de ser saudosistas. Um forte abraço.
(Distraída como sempre, tinha respondido em outra postagem.)
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