Há muitas casas em São Paulo que merecem uma visita. Os motivos podem ser variados: a beleza e a localização do imóvel, o acervo artístico e histórico reunido pelos proprietários ou a triste história de vida de uma família rica do início do século passado que exigiu a alteração da residência. Aqui estão quatro sugestões.
A FUNDAÇÃO MARIA LUÍSA E OSCAR AMERICANO, no Morumbi, merece uma visita sem pressa. O projeto da casa, que parece pairar sobre o solo, é do arquiteto Oswaldo Bratke e o parque foi idealizado pelo paisagista Otávio Augusto Teixeira Mendes. São 75 mil m² de beleza – artes plásticas e natureza preservada na avenida Morumbi 4.077. Engenheiro e empresário, Oscar Americano (1908-1974) foi casado com Maria Luísa Ferraz Americano de Caldas e juntos eles se dedicaram a colecionar obras de arte – pinturas, móveis, tapeçaria e prataria. Quando ela faleceu em 1972, ele reformulou a casa em que viveram por 20 anos e criou a fundação para abrigar o acervo artístico. Desde 1980 a entidade é aberta ao público e constitui um dos espaços culturais e de lazer importantes da cidade de São Paulo. Para o salão de chá é preciso fazer reserva. Visita paga. Conferir preço pelo telefone 11-3742-077. Reabre em 10 de janeiro próximo. Foto: Hilda Araújo.
Aproveitando a estada no Morumbi, vale a pena visitar a CASA DE VIDRO da arquiteta Lina Bo Bardi (1914-1992) na rua Gal. Almério de Moura, 200. Projetada por Lina, a casa foi erguida na área da antiga Fazenda de Chá da Família Muller Carioba e foi uma das primeiras da região ainda bastante arborizada na época. Concluída em 1951, a casa foi o lar do casal Lina e Pietro Maria Bardi (1900-1999). Em 1987 foi tombada e sede do Instituto Bardi. Aberta à visitação de quinta a sábado das 10 às 11h30 e das 14h às 15h30. Fone: 11-3744 9902.
(Este passeio pode incluir visita à Museu Brasileiro
de Escultura e Ecologia e ao Museu da Imagem e Som – entidades que ficam em
frente à Fundação.)
DONA
YAYA era o apelido de Sebastiana de Mello Freire, que nasceu
em 21 de janeiro de 1887. Era filha de Josefina Augusta de Almeida Mello e
Manoel de Almeida Mello Freire, senador estadual e deputado constituinte. As
desditas da família de Sebastiana começaram cedo. O casal teve outros três
filhos. Uma das meninas morreu aos 3 anos, no berço, asfixiada pela ingestão de
um objeto. A outra faleceu aos 13 anos, vítima de tétano. Quando Sebastiana
estava com 12 anos, os pais adoeceram e morreram no intervalo de dois dias em
locais diferentes e sem que soubessem da doença um do outro. Albuquerque Lins,
que mais tarde viria ser presidente do Estado de São Paulo, tornou-se tutor de
Sebastiana e de Manuel de Almeida Mello Freire Junior, o irmão de 17 anos,
herdeiros de uma grande fortuna. No início dos anos vinte, a jovem foi morar na
casa da Rua Major Diogo. A doença mental se manifestou quando ela estava com 32
anos e para evitar que ela se machucasse durante os acessos de fúria, muitas
adaptações foram feitas na casa. Dona Yayá morreu em 1961 aos 74 anos – 40 dos
quais viveu mergulhada na loucura e reclusa no casarão da Bela Vista. O imóvel
foi incorporado à Universidade São Paulo em 1969 e atualmente é sede do Centro de Preservação
Cultural da USP. Maj. Diogo, 353 – Bela Vista. Consulta sobre protocolo de
segurança pelo telefone 11-2648-1501.
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