“O carnaval não mudou senão nas formas
aparentes, e não tens direito de suspirar que naquele tempo, sim, era melhor, e
hoje tudo é porcaria, da decoração aos sambas. O carnaval cresce e se agita
dentro de cada um, seja ou não patrocinado pela prefeitura, e dinamiza músculos
e cordas vocais, restituindo ao homem um pouco de animalidade comprometida
menos pela civilização que pelo seu uso mecânico. O poeta imaginou compor um
carnaval, como o de Schumann, “todo subjetivo”. São todos subjetivos, quando
vividos intensa e profundamente na zona sensível de cada um, que transforma e
valoriza a circunstância exterior. Não te rebaixes a falar mal do carnaval que
já não te procura.” Carlos Drummond de Andrade – excerto da crônica DIANTE DO CARNAVAL, 1957.
terça-feira, 13 de fevereiro de 2024
É HOJE SÓ!
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