Cresci
ouvindo rádio, que tinha um lugar especial na sala de visitas e ao lado do qual
minha avó fazia crochê. Era pelas ondas do rádio que o Carnaval entrava em casa
e eu ia aprendendo as músicas – marchinhas, sambas, marchas-rancho e frevos. Nas
matinês de domingo no cine Carlos Gomes ou no Bandeirantes, assisti às
chanchadas da Atlântida feitas para a época – e incluíam os sucessos do ano. Lá
estavam Marlene e Emilinha Borba. Nem sei se minhas tias eram admiradoras de Emilinha
Borba ou Marlene. Eu, com certeza, nunca liguei para elas. Gostava das músicas.
Carmen Miranda já vivia nos Estados Unidos, mas seus sucessos continuavam por
aqui, como “Taí”. Tentando lembrar das minhas músicas preferidas, percebo que
já era fã de João de Barro, o Braguinha (1907-2006), cuja existência eu
ignorava – afinal, ainda era criança. “Pirulito!”, “Pirata da Perna de Pau”, “Chiquita
bacana”, “Menina vai, com jeito vai”, “Lata d’água”, “Tomara que chova”, “Balancê”
entre tantas outras. Em parceria com Noel Rosa, Braguinha compôs “Pastorinhas”,
marcha-rancho inesquecível. Havia ainda "Maria Escandalosa", que “desde criança sempre deu alteração” e na “escola,
não dava bola”, composição de Klécius Caldas e Armando Cavalcanti. São
tantas – "Pescaria", “Mamãe eu quero”. “Cachaça não é água”, “Me
dá um dinheiro aí”, “Allah-La-Ô” e por aí vai.
E porque "domingo é dia de pescaria , lá vou eu de caniço e samburá".
“Ta-Hi ! P´ra Você Gostar de Mim” (1930), de Joubert de Carvalho, primeiro
sucesso de Carmen Miranda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário