Por
WhatsApp peço uma informação a uma amiga que tem excelente memória. Ela me
responde que vai consultar a Lista Telefônica. Lista Telefônica??? A dela é de
2002. Eu não vejo uma desde o século passado, quando a empresa de telefonia
deixou de me encaminhar a publicação e, como era um trambolho, nem me dei ao
trabalho de reclamar. A última ainda foi usada para suporte para a porta. Com o
telefone celular, se tornou obsoleta. Para quem não sabe a
Lista Telefônica era um catálogo com as informações dos assinantes, divididas
em três seções: nome, endereço e classificados – que em São Paulo eram
colocados em páginas amarelas. Quem estivesse atrás de um serviço, devia
consultar as famosas Páginas Amarelas. O assinante podia optar por não constar
catálogo – meu caso. A lista era atualizada anualmente: o assinante devolvia a
anterior para receber a nova. A primeira lista telefônica foi publicada em 21
de fevereiro de 1878 em New Haven, Cunnecticut (EUA).
Para não ter que manusear a todo
momento a lista, as pessoas mantinham agendas com os números das pessoas com
quem mantinham contato frequente e das empresas de serviços mais utilizadas – farmácia,
quitanda, mercearia etc. De familiares e amigos íntimos geralmente sabíamos de
cor. Agora, os números de novas chamadas ou ligações feitas para estranhos vão
automaticamente para os contatos e basta confirmar ou deletar. Outro dia esqueci
as chaves na caixa de entrada do banco e só percebi depois das 16 horas. Notei
que estava sem o celular e, de repente, meu mundo caiu: descobri que não sabia
o número de telefone de ninguém. Ninguém! Saí correndo e ainda encontrei um
funcionário no banco que, após me identificar, foi buscar as chaves e trouxe
junto o celular, que também ficara na caixinha. O celular é hoje um aparelho de
mil e uma utilidades – paga compras, tira fotos, manda recados, é mapa, é
espelho e, entre tantas coisas mais, até faz ligações telefônicas. (O telefone da foto é da Casa de Mário de Andrade.)
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