terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

SANTOS, SEMPRE SANTOS

 

Foram lembranças banais que afloraram por causa de um pãozinho de cará sem graça que encontrei em São Paulo, mas que repercutiu de uma forma deliciosa entre os amigos santistas, cada um trazendo suas recordações do comércio do centro da cidade e de trajetos memoráveis. Imperdoável meu esquecimento do Bazar 1001, que ficava ao lado da minha casa e onde era comprado meu material escolar; minha amiga Clea contribuiu com o “Porãozinho”, um armarinho famoso onde a mãe dela comprava material de costura. O tio da Clea trabalhava na “Casa Verde”, que ficava em frente ao armarinho. Imagino o pequeno Leon Rouge roubando azeitonas na Mercearia Natal, onde o pai da Judite trabalhava, onde a mãe de Denise comprava bacalhau e, como minha avó e tantas outras senhoras, abastecia sua despensa. Eu e Leon Rouge fomos vizinhos na infância e mais tarde estudamos a uma quadra um do outro – eu no Liceu Feminino e ele no Colégio Santista.

Minha amiga Carmen leu a história das conversas de janela da minha avó com a moça que trabalhava na “Instaladora” e conta que o avô dela era o proprietário da loja e logo quer saber o nome da conversadeira. Minha memória não é tão boa assim. Hoje enviei para Carmen a foto que guardei porque é de excelente qualidade, em tom sépia, dedicada a uma das minhas tias e tem a data de 1942. Carmen a identificou para minha alegria: Carlota. Sim, o nome dela era Carlota! Lembrei! Que mundo estranho! Deu tantas voltas e de repente nós, que não nos conhecíamos naqueles anos 1950, nos encontramos em algum momento e aqui estamos compartilhando recordações...


R. Sete de Setembro: a escola "Avelino da Paz Vieira" (que foi meu professor) e atrás o Colégio Santista, um dos mais tradicionais da cidade.

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