O museu pequeno, porém, muito
bem organizado, pertence à Associação Paulista de Medicina e seu objetivo é resguardar
a história e mostrar um pouco da evolução da medicina, além de dar apoio à
pesquisa. Inaugurado em 2002, o acervo reúne documentos, livros raros,
equipamentos cirúrgicos, louças, bustos, retratos entre muitas outras peças
importantes e curiosas. O museu foi fundado pelo professor Jorge Michalany
(1916-2012), formado pela Faculdade Paulista de Medicina em 1942. Além de
fundador, Michalany foi curador do museu por 12 anos, tendo doado grande parte
de seu acervo.
Podemos começar pelas gravuras
que narram a trajetória do homem através dos séculos para aliviar os
sofrimentos causados pelas doenças, muitas vezes enfrentando mais sofrimento
ainda com os tratamentos. Muitos sucumbiram à terapêutica.
Localizo
uma maleta preta que os médicos carregavam em tempos que visitavam seus
pacientes em casa. Há uma variedade de seringas hipodérmicas de vidro com as
caixas de metal em que eram acondicionadas; na coleção de estetoscópios se
destaca o obstétrico usado entre 1840 e 1850. Outra vitrine exibe ventosas de
vidro usadas para melhorar a circulação sanguínea em algumas partes do corpo.
Sangria? Nada de sanguessugas (felizmente), mas estranhos aparelhos usados no
final século XIX e início do século XX. Há também vários tipos de microscópios.
Passamos
então para a área em que se encontram receituários e objetos de farmácia.
Remédios antigos em embalagens originais como Cibalena, Coramina, Dramin,
Nervosina e Sedol ‒ embora nunca tenha ouvido falar dos dois últimos imagino
sua utilidade... Não faltam medicamentos homeopáticos como os glóbulos do Dr.
Humphreys, laboratório que produzia compostos para diversas
enfermidades.
Há também um espaço dedicado à
história de São Paulo: o Memorial da Revolução Constitucionalista de 1932, com um
acervo importante e variado. Entre os livros raros destaca-se o “Hippocratis
prognostica commentaria”, de autoria de Ioanis Bravi, da universidade de
Salamanca. A obra foi publicada em 1593.
Item
curioso é a miniatura de um navio em uma garrafa de vidro. Nada demais caso o
“artista” não fosse Michel Trad, autor do primeiro crime da mala cometido em
São Paulo em 1908. Foi um presente de Trad, então preso na Cadeia Pública de
São Paulo, ao seu médico Nagib Faris Michalany.
E como na vida nem tudo é dor, há também um
belo piano, estilo Luis XVI, que recebeu medalha por
participação na Exposição Universal de Paris e Londres de 1855. Doação: Jorge
Michalany.
O belo piano doado por Jorge Michalany. |
O acervo do Museu tem crescido graças a doações
de médicos, hospitais, empresas entre outros.
Museu da Associação Paulista de Medicina. Avenida Brigadeiro Luís Antônio, 278, 5º andar. Visitas: de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h. Gratuito.
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