Folheio, preguiçosamente, o “Cozinheiro Nacional”, imaginando se há alguma receita bem simples para uma senhora do século XXI pouco interessada em culinária. O primeiro obstáculo são as medidas, tudo em libras. Bem que o editor poderia ter feito uma adaptação para o sistema métrico decimal... Consulto a internet. Uma libra equivale a 453,593 gramas! Outro problema: as receitas são para um batalhão... Descubro as omeletes. Dezenas delas. Que bom! Fico entre a omelete à mineira e a de vento. Omelete de vento! Leio, já com a caneta em punho, mas desisto logo: oito ovos! Poderia fazer come menos, claro, porém, à frente havia outras adaptações ao século XXI. Vamos tentar a receita mineira. Agora, além de fazer contas, tenho que consultar o dicionário: conheço muitos mineiros, mas nunca ouvi falar de folhas de borragem. O dicionário não ajuda nada: “denominação comum a diversas plantas herbáceas da família das boragináceas”. Decidi: vou almoçar fora.
Curiosos? Aí vão as receitinhas. Omelete de vento. Oito ovos. Batem-se as gemas com quatro colheres de açúcar e canela; depois, “batem-se as claras com sal até ficarem duras; juntam-se as gemas, deita-se tudo num prato que coloca sobre o fogo, cobrindo-o com uma tampa cheia de brasas; o fogo deve ser meio vivo, a fim de os ovos crescerem; estando cozido, cobre-se com açúcar e canela, e serve-se quente”. Omelete à mineira: “batem-se seis ovos com uma colher de farinha de milho coada; põem-se neste batido umas folhas de borragem picadas; frigem-se duas colheres de gordura, tira-se uma colher desta massa e deita-se na gordura, repetindo esta operação até acabar os ovos batidos; servem-se estes bolos (?) com algum molho”.
Boa sorte!
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