sábado, 19 de fevereiro de 2022

PASSARINHOS

 

Quando saio gosto de deixar as janelas abertas para arejar o apartamento e o sol entrar. De uns tempos para cá, quando volto entraram não apenas a brisa e o sol, mas também uns passarinhos curiosos que adoram se aboletar em cima das estantes, sobre meu cavaquinho e no varal. O problema é que estão ficando atrevidos. Já flagrei um entrando na seleta, onde lia tranquilamente, como se ele fosse o dono do lugar. Semanas atrás ouvi um barulho na vidraça, que estava fechada porque garoava, não vi nada, mas percebi que algo batia no vidro e não é que o invasor apavorado se debatia porque não encontrava a saída? Lá fui eu abrir a janela e colocá-lo para fora. Não descobri por onde entrou. Outro dia lia no sofá bem ao lado da janela, quando achei que havia escutado um barulho semelhante ao de papel. Olhei em volta. Nada de anormal. Já ia continuar a leitura, quando resolvi investigar melhor e eis que encontro o atrevido, caminhando pela cozinha muito tranquilamente e, ao me ver, voou para o varal, onde esperou que eu abrisse a janela para sair.

 PARIS - Peguei o metrô em direção à Gare Montparnasse. Na rua, olhei em torno e fiquei em dúvida qual a direção tomar, quando vi um senhor baixinho, gordinho e de óculos, que caminhava em direção à estação com um croissant numa das mãos e um pacote na outra. Abordei monsieur e pedi, por favor, a informação. Ele foi muito gentil e acenou na direção que eu devia seguir e quando me despedia levou o pão á boca, mas um passarinho em um voo rasante roubou-lhe o croissant! Foi tão inesperado que monsieur ficou lá parado, talvez até assustado, sem o seu petit déjeuner.  

 Não sei em qual cidade de Marrocos ocorreu. Era um hotel muito bonito e para minha surpresa os passarinhos vinham para as mesas enquanto os hóspedes tomavam o café da manhã, mas aguardavam as migalhas que por acaso caíssem na toalha.


ESTADOS UNIDOS
‒ Em Washington, depois de visitar um dos muitos museus no entorno do National Mall, resolvi comer alguma coisa e área tem muitos quiosques de lanches. Foi quando lembrei que deveria provar um cachorro-quente, afinal, nada mais americano que cachorro-quente e coca-cola. Fui até o quiosque, fiz o pedido (vendiam só Pepsi) e fui para uma das mesas do jardim. Logo tinha companhia e um par de olhos redondinhos me observava aboletado primeiro numa corrente e depois no tampo da mesa.

2 comentários:

jose carlos disse...

não sabia que você possuia essa afinidade ornitológica !!!!!

PS: quando o seu cavaquinho estiver "afinado", faremos uma dupla de chorões santistas

Hilda Araújo disse...

Bom dia, José Carlos! Vamos fazer a dupla! Será um sucesso! Um abração.