quarta-feira, 6 de novembro de 2019

O ARRANHA-CÉU DO VALE

Um observador atento deve ter notado a falta de um edifício que parece se intrometer na paisagem da Praça Ramos de Azevedo. Trata-se do CBI ESPLANADA, que não foi esquecido. Como se encontra no Vale do Anhangabaú, foi inaugurado em 1951 e sua arquitetura foge aos padrões dos primeiros edifícios, deixei de propósito para o final. O prédio fica na Rua Formosa, 367, junto à Praça Ramos e o melhor lugar para admirá-lo é o Viaduto Anhangabaú. 
CBI Esplanada no Vale do Anhangabaú que passa por obras de "requalificação".

       Em 1945 um grupo de empreendedores brasileiros (entre os quais a família Guinle e Mendes Caldeira) e estrangeiros (especialmente poloneses) fundaram a Companhia Brasileira de Investidores (CBI), liderados por Henryk Spitzman Jorda, imigrante polonês que chegara ao Brasil em 1940. Foi a CBI que tornou possível a construção do ESPLANADA, que começara em 1941 para ser uma extensão do ESPLANA HOTEL, mas por motivos desconhecidos a obra fora interrompida. Assinou o projeto o arquiteto polonês Lucjan Korngold (1897-1963), que se refugiara no Brasil em 1941. O CBI Esplanada foi concluído em 1951 e causou um impacto visual na cidade. Foi o primeiro arranha-céu do Vale do Anhangabaú: ele tem 33 andares e 50 mil metros quadrados de área construída. Como as pessoas gostam de lembrar, “foi a maior estrutura em concreto armado do mundo, na época de sua construção”. Mereceu reportagens internacionais, como a da revista L’Architecture D’Aujourd’hui, que salientou os aspectos tecnológicos e funcionais de sua arquitetura.
A Cia Imobiliária City, o Grupo Crespi, a Anderson Clayton, o Frigorífico Swift - Armour, a Câmara Americana do Comércio, o Grupo Klabin, Sociedade Rural Brasileira e Instituto Fernando Henrique Cardoso fazem parte da história do CBI-ESPLANADA.
O prédio foi tombado em 1992 pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (CONPRESP). Ainda é o prédio mais alto da cidade (Foto: Hilda Araújo, 3/11/2019.)




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