Um observador
atento deve ter notado a falta de um edifício que parece se intrometer na paisagem
da Praça Ramos de Azevedo. Trata-se do CBI
ESPLANADA, que não foi esquecido. Como se encontra no Vale do Anhangabaú,
foi inaugurado em 1951 e sua arquitetura foge aos padrões dos primeiros
edifícios, deixei de propósito para o final. O prédio fica na Rua Formosa, 367,
junto à Praça Ramos e o melhor lugar para admirá-lo é o Viaduto Anhangabaú.
CBI Esplanada no Vale do Anhangabaú que passa por obras de "requalificação". |
Em 1945 um grupo de empreendedores brasileiros
(entre os quais a família Guinle e Mendes Caldeira) e estrangeiros
(especialmente poloneses) fundaram a Companhia Brasileira de Investidores
(CBI), liderados por Henryk Spitzman Jorda, imigrante polonês
que chegara ao Brasil em 1940. Foi a CBI que tornou possível a construção do
ESPLANADA, que começara em 1941 para ser uma extensão do ESPLANA HOTEL, mas por
motivos desconhecidos a obra fora interrompida. Assinou o projeto o
arquiteto polonês Lucjan Korngold (1897-1963), que se refugiara no Brasil
em 1941. O
CBI Esplanada foi concluído em 1951 e causou um impacto visual na cidade. Foi o
primeiro arranha-céu do Vale do Anhangabaú: ele tem 33 andares e 50 mil metros
quadrados de área construída. Como as pessoas gostam de lembrar, “foi a maior estrutura em concreto armado
do mundo, na época de sua construção”. Mereceu reportagens internacionais, como
a da revista L’Architecture D’Aujourd’hui, que salientou os
aspectos tecnológicos e funcionais de sua arquitetura.
A
Cia Imobiliária City, o Grupo Crespi, a Anderson Clayton, o Frigorífico Swift -
Armour, a Câmara Americana do Comércio, o Grupo Klabin, Sociedade Rural
Brasileira e Instituto Fernando Henrique Cardoso fazem parte da história do
CBI-ESPLANADA.
O prédio foi tombado em 1992 pelo Conselho Municipal de
Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São
Paulo (CONPRESP). Ainda é o prédio mais alto da cidade (Foto: Hilda Araújo, 3/11/2019.)
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