sábado, 9 de novembro de 2019

RUA SETE DE ABRIL E SUAS GALERIAS (Correção.)


Chego à Rua Sete de Abril, antiga Rua da Palha, que foi renomeada para marcar a data de abdicação de D. Pedro I. Parece que a Câmara paulista estava aborrecida com o imperador para homenagear a data... Ela tem trânsito intenso em direção da Rua Xavier de Toledo, e que só é superado pelos pedestres nas calçadas. Dos velhos tempos restaram nessa rua o sobrado onde funciona o restaurante Old House (83), o prédio de três andares do Hotel São Sebastião (364) e o belo edifício Claudina 356, todos aparentemente em bom estado de conservação apesar dos esforços dos pichadores em sujar a parte inferior do restaurante; mas destacam-se ainda o prédio da Companhia Telefônica (anos 1930), em frente à Rua Dom José de Barros, o edifício do antigo Banco das Nações e as galerias.

 
         Quase ao lado do Old House fica o prédio do antigo Banco das Nações (1954/1999), incorporado pelo Bamerindus, incorporado pelo HSBC que foi comprado pelo Bradesco (Ufa!). Fundado pelo industrial, político e banqueiro Paulo Abreu (1912-1991), teve a primeira sede na Rua General Carneiro ‒ outra obra de arte abandonada ‒, mas esta é outra história. O prédio da Rua Sete de Abril 97 tinha uma escultura de Luiz Morrone (1906-1998) ornamentando a fachada. A obra foi encomendada pelo banqueiro para o novo prédio do banco, mas foi levada por bandidos em março de 2017. Embora fosse propriedade particular, fazia parte do cotidiano de trabalhadores, comerciantes e turistas que transitam pela região. Revoltante!
        Fui procurar o prédio 230 onde o jornalista Assis Chateaubriand (1892-1968) instalou os seus DIÁRIOS ASSOCIADOS, ali foi a primeira sede do Museu de Arte de São Paulo e do Museu de Arte Moderna, que foram criados com o apoio de Chateaubriand. Nesse edifício de linhas sóbrias de 1947, funcionou também a McCann-Erickson Publicidade, uma das grandes agências brasileiras do setor. Jornalistas, publicitários, artistas, políticos e leitores dos jornais circularam por lá ‒ uns escrevendo notícias e vendendo espaços nos meios de comunicação da época; outros tentando aparecer, mostrar seu trabalho ou expor seus problemas e angústias. O MASP ocupou o prédio antes que os DIÁRIOS ASSOCIADOS mudassem para para lá. O Museu teve duas inaugurações - a primeira em 2 de outubro de 1947 e a segunda em julho de 1950. Ah! Se essas paredes falassem...
  















Que tal visitar as galerias? Começo pelo EDIFÍCIO GALERIA SETE DE ABRIL, projeto do casal ítalo-brasileiro Maria Berdelli e Ermanno Siffredi, anterior ao da Galeria Nova Barão. O prédio de doze andares também com saída para a Rua Bráulio Gomes ficou pronto em 1959 e tem uma linha que mais tarde predominará nas Grandes Galerias desenhada pelos dois arquitetos. Nas entradas, nada de escadas. Rampas garantem a acessibilidade de todos. O desenho do piso é muito bonito. No meio da galeria, a escada rolante. Comércio variado, com um grande movimento nos dias de semana.
            Rua Sete de Abril, 125.
   

Correção. A Galeria dos Brinquedos todos sabem onde fica: naquele bonito prédio de linhas clássicas dos anos de 1920 na Sete de Abril (356); porém, trata-se da GALERIA ITAPETININGA que tem conexão com o prédio da Barão de Itapetininga, 267. Este com uma arquitetura completamente diferente foi encomendado pela família Fretin. O projeto é do Escritório Severo Villares. A galeria atrai principalmente colecionadores ‒ colecionadores em geral, mas principalmente de brinquedos antigos, o que lhe deu popularidade. Não precisa ser criança nem adepto do colecionismo para ir visitar a galeria. Aliás, são os adultos que se divertem mais ao reencontrar os brinquedos e objetos da infância. Há umas dez vitrines só com brinquedos. As crianças e os jovens se admiram com as coisas que fizeram a felicidade de seus pais e avós. Com uma grande diversidade de lojas ‒ desde perfumes importados, roupas, artigos esotéricos, bijuterias e artigos de fotografia. A galeria foi inaugurada em 1957.

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